De acordo com um artigo publicado na revista Galileu, investigadores da Universidade Médica de Chongqing, na China, sugerem que a inoculação com a CoronaVac pode causar uma resposta imunológica superior em indivíduos que já sofreram de Covid-19.
A pesquisa destaca que a vacina do Instituto Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac tem a capacidade de duplicar o número de anticorpos neutralizantes e mais que quadruplicar a taxa de imunoglobulina IgG em pacientes que recuperaram da patologia.
O estudo divulgado no Cell Discovery, incluiu 85 indivíduos entre os 3 e 84 anos previamente infetados pelo novo coronavírus.
No decorrer do estudo, os cientistas avaliaram os índices de imunoglobulinas e anticorpos neutralizantes e escolheram os cinco recuperados que, após 12 meses, registaram os valores menores, relativamente à dinâmica imunológica.
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De seguida, reporta a Galileu, os voluntários receberam duas doses da CoronaVac com um intervalo de 21 dias. O índice de anticorpos neutralizantes encontrava-se em 36 na véspera da primeira toma, atingindo 108 duas semanas após a inoculação completa.
Este anticorpo, cujo papel é impedir a entrada do coronavírus no organismo, alcançou o valor de 56 nos indivíduos vacinados que não haviam sido previamente infetadas pelo SARS-CoV-2.
Entretanto, relativamente ao anticorpo IgG nas pessoas recuperadas, o nível, que era de 3,68 um dia antes da vacina, subiu para 47,74 depois da toma da segunda dose.
O IgG está ligado à imunidade humoral, processo de defesa levado a cabo pelas imunoglobulinas na corrente sanguínea. Já no de grupo controle, foi detetado o valor de 10,81, que corresponde a um índice 4,4 vezes inferior comparativamente a quem já havia padecido de Covid-19.
Sendo que nos 12 meses que se seguiram os investigadores atestaram uma queda superior a 80% nos níveis de anticorpos. Para os especialistas tal é indicador da urgência de preservar um acompanhamento de forma a determinar a longevidade da imunidade contra o SARS-CoV-2.
Segundo os autores do estudo: "os nossos resultados fornecem mais informações sobre características imunológicas das vacinas inativadas contra o SARS-CoV-2, contribuindo assim para o desenvolvimento dos imunizantes e as novas estratégias de vacinação".
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