O cancro da mama é o mais comum entre as mulheres. Em Portugal, todos os anos são detetados cerca de sete mil novos casos e 1800 mulheres morrem com esta doença, revelam dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro. A maioria deles são diagnosticados numa fase precoce e podem ser tratados. Porém, há a forte possibilidade destes carcinomas da mama se tornarem metastáticos, sobretudo em mulheres com menos de 35 anos.
O alerta foi dado por peritos e cientistas da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), num estudo apresentado recentemente na ABC Consensus Conference (Conferência Internacional de Consenso sobre o Cancro da Mama Avançado). Esta nova investigação, citada pelo The Guardian, sugere que as mulheres diagnosticadas com cancro da mama pela primeira vez e com menos de 35 anos são as que apresentam maior risco (12,7% a 38%) da doença voltar e ainda mais agressiva. Por outro lado, as mulheres com 50 anos ou mais têm um risco de 3,7% a 28,6%, mostram dados da investigação.
"Isto pode dever-se ao facto de as mulheres mais jovens apresentarem formas mais agressivas de cancro da mama ou ainda porque estão a ser diagnosticadas mais tarde", explica Eileen Morgan, da IARC. O diagnóstico tardio, continua, faz com que "o cancro seja muito mais difícil de tratar e o risco de morte seja maior".
O estudo, que cruza dados de 400 relatórios sobre o tema, conclui que o risco do cancro da mama se alastrar a outras partes do corpo varia entre 6% e 22%. Os cancros da mama metastáticos "podem desenvolver-se muitos anos após um diagnóstico inicial de cancro, pelo que é vital compreendê-lo melhor e encontrar novas formas de o prevenir", alerta ainda Kotryna Temcinaite, da organização Breast Cancer Now.
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