Pode ser este o motivo pelo qual a Covid-19 provoca perda de olfato

Neurónios olfativos são alvos do vírus, independentemente das variantes. Em alguns doentes, estes neurónios podem nunca ser recuperáveis. Saiba porquê.

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Notícias ao Minuto
11/11/2021 10:32 ‧ 11/11/2021 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Investigação

Desde o início da pandemia que a perda de olfato se tornou um “alerta vermelho” para todos por evidenciar a infeção pela SARS-CoV-2, vírus que provoca a doença Covid-19. 

Dois consórcios de investigação, o Consórcio Global para Pesquisa Chemosensorial e SmellTracker, nasceram em 2020 para estudar em detalhe o que acontece com o sistema olfativo com a infeção.

Durante este tempo foram recolhidos dados juntos de milhares de pessoas tendo ficado claro que neurónios olfativos são alvos do vírus, independentemente das variantes.

Mas o que são neurónios olfativos e o que provoca neles o vírus?

Os neurónios olfativos são essencialmente os recetores do nosso sistema olfativo. São eles que captam as moléculas das substâncias que evaporam e ficam suspensas no ar. 

Sara Spinelli, do Laboratório Sensorial (DAGRI) da Universidade de Florença, explica ao jornal italiano Corriere della Sera, que as alterações de olfato e paladar são importantes porque são “um marcador do aumento muito precoce dos casos e está diretamente relacionado com os internamentos. 

Inicialmente pensava-se que o vírus atacava os neurónios olfativos por meio de recetores Ace-2, os mesmos usados ​​para transmitir a outras células. Sandeep Datta, neurobiologista da Universidade de Harvard, descobriu, no entanto, que esses recetores não são expressos por neurónios olfativos, mas por outras células encontradas nos bulbos olfativos, duas zonas do cérebro, situadas debaixo da parte anterior de cada um dos hemisférios cerebrais, protegidas e sustentadas pelas lâminas crivosas. 

Estas células presentes nos bulbos olfativos são necessárias para reparar os frequentes danos aos quais os neurónios sensoriais olfativos são expostos por estarem diretamente em contacto com o exterior.

"O alvo do vírus pode explicar por que os pacientes que perdem o olfato têm trajetórias de recuperação muito diferentes: em alguns a alteração é apenas temporária porque apenas as chamadas células sustentaculares foram danificadas; em outros, o dano é tal que os neurónios morrem e podem ser reformados a partir das células-tronco em meses, por isso as anomalias olfativas persistem por mais tempo”, explica Datta. 

“Noutros casos, o vírus pode ter afetado as células de suporte e as células-tronco, impossibilitando o crescimento de novos neurónios e, portanto, a recuperação da função olfativa”, acrescenta.

Por que é que os cheiros podem estar errados após recuperação

Há pacientes recuperados da Covid-19 que se queixam que o vinho cheira mal ou o café não tem o mesmo cheiro de antes.

Segundo a teoria da investigadora Datta, isso deve-se a novas conexões nos neurónios que não ficaram devidamente reconectadas durante a fase de recuperação e desenvolvimento de novos neurónios olfativos. 

Leia Também: Pessoas vacinadas que contraem Covid-19 reportam estes quatro sintomas

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