De acordo com um artigo publicado na revista Galileu, cerca de dez moléculas que estão a ser estudadas para o combate à doença de Chagas mostraram ser 100% eficazes no tratamento de células infetadas pelo SARS-CoV-2. Os dados são de uma nova pesquisa realizada por investigadores do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), no Brasil.
A doença de Chagas (também chamada de Tripanossomose Humana Americana) é uma parasitose que afeta cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo e 900 indivíduos em Portugal. A Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que por ano morrem 100 mil pessoas devido às complicações provenientes desta infeção, informa o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.
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Em testes conduzidos em laboratório, os cientistas detetaram que, não só as moléculas eliminaram totalmente o novo coronavírus como não provocaram efeitos danosos nas células.
Resultados promissores que permitem que a pesquisa avance agora para a fase pré-clínica, em que os compostos serão testados em animais.
Segundo a revista Galileu, os investigadores creem que as moléculas têm a capacidade de inibir o ciclo biológico do SARS-CoV-2 nas células bloqueando consequentemente a Mpro, aquele que é uma de suas principais enzimas. A Mpro auxilia na libertação do RNA do vírus, processo em que este se multiplica no corpo.
O coordenador do estudo, o professor Carlos Alberto Montanari, revelou que as moléculas foram testadas em células de cancro do pulmão humano infetadas pelo coronavírus. Sendo que alguns dos compostos eliminaram totalmente o SARS-CoV-2 de células que detinham uma carga viral baixa e moderada. Entretanto, uma das substâncias foi eficaz contra carga viral elevada, apresentando resultados semelhantes ao medicamento que está a ser desenvolvido pela farmacêutica Pfizer, e que se encontra na fase clínica de estudos.
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