As pessoas infetadas com a Ómicron tinham metade do risco de serem hospitalizadas do que aquelas com a variante Delta, segundo o estudo divulgado na quarta-feira.
O risco de ser internado em cuidados intensivos foi reduzido em cerca de 75% e o risco de morte em mais de 90%, na comparação com as duas variantes do coronavírus SARS-CoV-2.
Das mais de 52 mil pessoas infetadas com Ómicron e acompanhadas por esta investigação, nenhuma delas necessitou de ser internada em cuidados intensivos, ao contrário das 11 pessoas, em quase 17 mil infetados com a variante Delta, que desenvolveram complicações graves.
A duração média de hospitalização foi de 1,5 dias para a Ómicron, face aos quase cinco dias para os infetados com Delta.
Esta análise foi realizada com recurso aos dados do sistema hospitalar californiano Kaiser Permanente, durante o mês de dezembro de 2021, quando ambas as variantes circulavam amplamente nos Estados Unidos.
Esta investigação reforça as conclusões dos dados de outros países, como África do Sul ou Reino Unido, que demonstram que a Ómicron se desenvolve mais nas vias aéreas superiores (nariz ou garganta) do que nos pulmões, onde se desenvolvem graves complicações devido à covid-19.
O estudo, que ainda não foi revisto pelos pares, foi conduzido por investigadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, Kaiser Permanente e dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC).
Segundo a diretora do CDC, Rochelle Walensky, este estudo levou em consideração parâmetros importantes, como idade, sexo, infeções anteriores por SARS-CoV-2, estado da vacinação e comorbidades.
Os resultados demonstraram que a Ómicron é "intrinsecamente menos grave" do que a Delta e não apenas para pessoas mais imunes, após uma infeção anterior ou a toma da vacina, sustenta o ensaio.
Apesar do estudo observar uma eficácia reduzida das vacinas contra infeções ligadas à variante Ómicron, a proteção permanece, no entanto, substancial contra as formas mais graves da doença.
Os Estados Unidos registam atualmente uma média de 750 mil casos e cerca de 1.600 mortes diárias.
Mais de 150 mil pessoas estão atualmente hospitalizadas com covid-19 naquele país, um registo máximo desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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