Diz o ditado que 'em equipa vencedora não se mexe', mas o Banzé na Petiscaria está aí para contradizê-lo. O novo inquilino do número 41 na Rua Tomás Ribeiro, entre o Saldanha e Picoas, em Lisboa, propõe uma série de pratos com potencial para deixar todos com água na boca. A receita de sucesso é muito simples: a mão experiente na cozinha dos sabores tradicionais portugueses com um 'twist'.
Em crescente afirmação, Bruno Rodrigues é quem pensou e fez nascer o espaço. O 'chef' comanda os fogões com mestria, acumula elogios e é, assim, um dos grandes responsáveis pelo sucesso da casa. Passou por algumas das mais conceituadas cozinhas portuguesas, como o Tavares, Manifesto e Faz Gostos, e, no verão de 2011, embarcou para Paris, onde esteve no restaurante do Hotel Le Meurice, numa altura em que ainda tinha três estrelas Michelin. De regresso a Portugal, brilhou no restaurante Cais da Pedra, do 'chef' Henrique Sá Pessoa, no Bairro do Avillez, ŌKAH, Erva e, agora, no Banzé. E é lá que nos encontramos, num espaço acolhedor, de apresentação moderna, e cujo ambiente em nada se assemelha ao banzé das tascas de outros tempos.
Com esplanada para 24 pessoas e espaço para sentar mais 56 no interior, a decoração do Banzé impressiona pelos apontamentos muito instagramáveis - como, de resto, já esperávamos -, algures entre o rústico e o moderno. Há pipas de vinho no teto e partes de veículos penduradas nas paredes. Na casa de banho, há graxa para os sapatos e desodorizante à disposição da clientela.
À mesa, tudo o que chega cheira e sabe aos sabores genuínos de sempre, mas sem regras. E é aí que está o segredo. Veja-se o prego de bacalhau (7,50€), com lascas a deslizar, ou a típica bifana (7,50€), com pá de porco, servida com plumas e em que a carcaça é trocada pelo bolo lêvedo. Na salada de polvo (7€) troca-se a cebola pela chalota e o alho chega em forma de creme. Já o molho tailandês acompanha as gambas ao alho (8€).
Outro caso sério de sabor, onde encontramos a mesma sensação de familiaridade, é o macio e suculento prego do lombo (9€), com manteiga de ervas e mostarda de Dijon, de preferência acompanhado com o cocktail Margarida da Ribeira. A proeza repete-se na muito recomendável couve-flor gratinada (7€) e, mesmo em coisas simples, como umas migas de morcela (7€), cujo sabor nos deixou completamente rendidos, o Banzé cativa e convence.
Tem ainda alface nas brasas (4€), pica pau do mar (12€), sanduíche de entremeada de leitão (9€), cascas de batata (1,50€), prego de polvo com legumes avinagrados (7€).uma seleção de queijos e charcutaria (12€), canja de capão (7€) e pequenos pratos, como o Bife à Banzé (13,50€), e entrecôte maturado a 30 dias (14,50€).
A boa cozinha tradicional está também presente nas sobremesas, apesar da oferta ser bem mais concisa e de fugir às receitas originais. Além de um belo arroz doce (4,50€), há creme brûlée (5€), salada de fruta (4,50€), tarte de limão (5€), Só Chocolate (6€), uma combinação de mousse de chocolate de leite, cremoso de chocolate branco e brownie de chocolate negro e nozes, e 'Piña Limada (5,50€)., que consiste em ananás grelhado com merengue de lima.
''Chef Bruno Rodrigues'
A par da cozinha competente, a simpatia e cordialidade do serviço, outro dos trunfos do espaço é a criteriosa escolha dos produtos. As carnes de vaca, por exemplo, são Mertolenga. O restaurante foi, inclusive, nomeado embaixador do galo capão. Já os peixes, como a corvina e cavala, são espécies da costa portuguesa. Para a charcutaria foi escolhida a Manteigaria Silva, uma casa com mais de 130 anos.
O melhor de tudo? No Banzé não há hora para petiscar. A cozinha está aberta todos os dias, sem interrupção, das 12 horas à meia-noite.
A salivar? Percorra a galeria acima e veja o que não pode deixar de provar.
*A jornalista esteve no Banzé a convite do espaço
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