Hepatite grave em crianças leva à realização de transplantes do fígado
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, está a alertar os médicos para a ocorrência de casos de hepatite grave em crianças.
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Lifestyle Surto de hepatite
Algumas crianças ficaram tão doentes que necessitaram de ser submetidas a transplantes do fígado, de acordo com um parecer do CDC de 21 de abril, reporta o jornal The Sun.
Até ao momento, foram notificados nove casos no estado do Alabama e foram identificados dois na Carolina do Norte, nos EUA, de acordo com os respetivos departamentos de saúde.
Na Europa, também foram relatados dezenas de casos no Reino Unido, Dinamarca, Espanha e Países Baixos. Sendo que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças publicou um parecer semelhante.
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Especialistas de ambas as agências disseram que não sabem o que está a causar o aumento dos casos.
Em Portugal, onde ainda não foram registados casos, Rui Tato Marinho, o diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais, afirmou que as autoridades de saúde estão "muito atentas" e preparadas para intervir caso surja uma criança com hepatite aguda de origem desconhecida no nosso país.
"Pode ser o início de uma situação nova que nós ainda não conhecemos ou pode ser que se atenue, mas temos que estar preparados para os vários cenários e acho que devemos estar preparados para o pior, que chegue a Portugal", disse o especialista à agência Lusa.
A hepatite provoca inflamação no fígado, causando diarreia, dor abdominal, náuseas e vómitos.
Algumas das crianças no Alabama também tiveram icterícia e sinais de enzimas hepáticas elevadas, segundo os seus exames de sangue.
Apesar de pelo menos duas crianças terem adoecido ao ponto de necessitarem de um transplante do fígado, até ao momento não foram registadas mortes, informou a assessoria do CDC.
As crianças tinham entre um e seis anos de idade e eram saudáveis, sem condições subjacentes, disseram as autoridades de saúde.
Duas crianças "em idade escolar" na Carolina do Norte desenvolveram hepatite grave, mas desde então recuperaram, disse Baily Pennington, porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do estado.
"Ainda não foi encontrada uma causa e não foi igualmente identificada uma exposição comum", disse a especialista num comunicado.
Crianças entre os dois e os cinco anos de idade figuram entre os casos notificados na Europa.
Nos EUA, todos os laboratórios clínicos são obrigados a relatar vírus como hepatite tipo A, B, C, D e E para que as autoridades de saúde possam parar os surtos.
Os investigadores disseram que nenhum dos casos teve algo a ver com a Covid-19 ou as vacinas usadas contra a doença pandémica.
"Nenhuma das crianças do grupo testou positivo para a Covid-19. Nenhum deles havia estado previamente infetado", disse Karen Landers, oficial de saúde do Departamento de Saúde Pública do Alabama.
"Nenhuma das crianças tomou a vacina Covid-19", acrescentou.
Especialistas acreditam que o surto pode ser o resultado de um vírus que não é geralmente associado à hepatite - o adenovírus tipo 41.
O CDC diz que este vírus em particular pode causar vómitos e diarreia em crianças, causando inclusive sintomas respiratórios semelhantes aos da constipação comum.
Os adenovírus propagam-se através de contato próximo, podendo levar ainda ao aparecimento de gastroenterites e doenças neurológicas.
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