A pesquisa realizada em Portugal e no Reino Unido, citada pelo jornal Metrópoles, destaca que esses animais de estimação podem ser verdadeiros 'reservatórios' de germes.
O estudo, realizado pelas investigadores Juliana Menezes, da Universidade de Lisboa, em Portugal, e Sian Frosini, do Royal Veterinary College, no Reino Unido, pretendia apurar se as bactérias resistentes podem se propagar dos cães e gatos para os donos.
Para efeitos daquela pesquisa, reporta o jornal Metrópoles, foram recolhidas amostras de fezes de 58 pessoas saudáveis e de 18 gatos e 40 cães que coabitavam com os indivíduos em 41 lares em Portugal e de 56 pessoas saudáveis e 45 cães de 42 lares do Reino Unido.
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No decorrer da análise, foi detetada a presença de bactérias resistentes a medicamentos em 14 cães e em 15 seres humanos. Isto é, confirmou a possibilidade de transmissão, que pode ocorrer tanto pelas fezes como pela via oral, através das tão apreciadas lambidelas do animal.
Segundo as investigadoras, os animais portadores podem disseminar bactérias no espaço onde vivem durante meses, tornando-se um depósito de infeção para outras pessoas e ou animais mais vulneráveis.
"As nossas descobertas verificam não apenas o compartilhamento de bactérias resistentes a antibióticos, mas também de genes de resistência entre animais de companhia e seus donos na comunidade, ressaltando a necessidade de programas de vigilância local contínuos para identificar o risco potencial à saúde humana", disse Juliana Menezes ao site Medical XPress.
Acrescentando: "por vezes as bactérias podem não ser compartilhadas, mas os seus genes de resistência são".
"Esses genes são encontrados em pedaços móveis de ADN, o que significa que podem ser transferidos entre diferentes populações bacterianas em animais e humanos".
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a resistência a antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde pública, visto que pode tornar intratáveis e fatais doenças como pneumonia, sepses, infeções do trato urinário e feridas.
"Tal reforça a necessidade de que as pessoas pratiquem uma boa higiene ao redor de seus bichos de estimação e reduzam o uso de antibióticos desnecessários em animais de companhia e pessoas", pontuou a investigadora.
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