"Em muitos países, permanecemos essencialmente cegos quanto à forma como o vírus está em constante mutação. Não sabemos o que vem a seguir", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Dito isso, à luz dessas novas subvariantes, o professor Tim Spector, à frente da aplicação rastreadora de sintomas ZOE Covid Study APP, respondeu no Youtube a algumas das principais preocupações acerca do vírus e esclareceu muitas das dúvidas sobre as duas novas subvariantes da Ómicron, conforme reporta um artigo publicado pelo jornal Times of India.
No mês passado, em abril, cientistas sul-africanos detetaram duas novas sublinhagens da Ómicron conhecidas como BA.4 e BA.5.
Embora a BA.2 ainda seja dominante, a BA.4 e a BA.5 ainda são consideradas mais infeciosas do que a BA.2 e provavelmente são mais eficientes quando se trata de escapar à imunidade das vacinas contra a Covid-19.
De acordo com o professor Spector, a BA.4 e a BA.5 podem não representar risco imediato.
No entanto, o especialista observa que tanto ele como a sua equipa estão de olho nas variantes, uma vez que os casos estão rapidamente rapidamente a aumentar na África do Sul.
Além disso, o professor listou dois sintomas que "devem ser levados muito a sério".
Perda de olfato
A perda do olfato foi um sintoma comum durante o aumento das infeções causadas pela variante Delta.
Sendo que a maioria das pessoas infetadas com essa variante desenvolveu sintomas respiratórios, juntamente com certas alterações no sistema olfativo.
Também conhecida como anosmia, trata-se de uma condição em que as pessoas perdem o olfato por um curto período de tempo ou por mais tempo, por vezes mesmo após a recuperação.
De acordo com Spector, a perda de olfato é um dos sintomas que não deve ser tomado de ânimo leve.
Acufenos/tinnitus
Acufenos, também conhecido como tinnitus ou zumbido no ouvido, é outro sintoma a levar muito a sério, diz Tim Spector.
"Sugere que outra parte do corpo está a ser afetada, algo interno, mais perto do cérebro", conta o professor.
Spector e a sua equipe de investigadores realizaram uma pesquisa para verificar a prevalência de zumbido em pessoas afetadas com Covid-19.
Verificou-se que 19% ou um ema cada cinco das pessoas infetadas pelo SARS-CoV-2 tinham problemas de ouvido.
Segundo o estudo ZOE, das 14.500 pessoas que participaram na pesquisa, cinco mil testaram positivo para coronavírus e reportaram experienciar zumbido no ouvido. De acordo com os pacientes, o sintoma "vem e vai e pode ser leve a moderado por semanas ou meses".
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