"De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 99% da população mundial respira ar que excede os limites de poluição recomendados, contribuindo para mais de sete milhões de mortes prematuras anualmente", remata a bióloga Chinta Sidharthan, citada pelo Medical News.
Os impactos da poluição atmosférica sempre foram amplamente associados a doenças cardiovasculares e respiratórias. No entanto, evidências crescentes de estudos epidemiológicos e experimentais recentes indicam que a poluição do ar é um fator de risco significativo para problemas neurológicos adversos.
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"Estudos concluíram que a exposição à poluição atmosférica está associada à neurotoxicidade do desenvolvimento, a doenças neurodegenerativas e a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, bem como à tomada de decisões e ao funcionamento cognitivo prejudicados", explica Sidharthan.
Poluentes transportados pelo ar, como dióxido de nitrogênio, compostos orgânicos voláteis e partículas abaixo dos 2,5 micrómetros estão a ser cada vez mais associados aos efeitos neurotóxicos.
Foi provado que estes poluentes penetram no sistema nervoso central e desencadeiam processos como neuroinflamação e stress oxidativo, levando potencialmente ao declínio cognitivo, demência e condições psiquiátricas.
Impacto em crianças e adolescentes
O cérebro em desenvolvimento é particularmente vulnerável a poluentes ambientais, pois durante a gestação e a infância, o sistema nervoso central passa por processos rápidos.
"A exposição a poluentes atmosféricos durante esses períodos de crescimento tem sido associada a alterações estruturais do cérebro, défices neurocomportamentais e aumento do risco de distúrbios do neurodesenvolvimento", remata a bióloga.
A investigação tem, consistentemente, associado a exposição das crianças à poluição atmosférica a uma série de resultados adversos, incluindo deficiências cognitivas, como diminuição da função cognitiva, redução da atenção e da memória, e dificuldades de aprendizagem.
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