A dermatite atópica é responsável pela perda de alegria, liberdade e experiências de vida dos doentes, revela um estudo promovido pela Sanofi Portugal, em parceria com a Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP).
O estudo 'Viver com Dermatite Atópica em Portugal do ponto de vista psicossocial' foi desenvolvido com base numa metodologia de grupos focais, onde foram incluídos homens e mulheres dos distritos do Porto e de Lisboa com idade superior a 18 anos e com diagnóstico médico de dermatite atópica moderada e/ou grave, numa primeira fase. Já numa segunda abordagem, foram incluídos adolescentes de todo o país com idades compreendidas entre os 12 e 17 anos e com diagnóstico médico de dermatite atópica moderada e/ou grave.
A maioria dos participantes adolescentes e adultos têm outras patologias, como rinite, asma e sinusite). Segundo o estudo, os inquiridos foram unânimes em afirmar que a dermatite atópica não controlada é a "a mais difícil de lidar". Além disso, a maioria dos adolescentes refere que a doença lhes tirou "alegria, alguma liberdade e sono". Quantos aos adultos, a maioria refere que a doença lhes tirou experiências importantes de vida.
Para Isabel Lourinho, psicóloga e autora do estudo, "estes dados são reveladores do impacto que a dermatite atópica moderada a grave tem nos doentes, nas famílias e nos cuidadores". "É necessário, por isso, uma maior sensibilização e educação para a doença de forma a ultrapassar estigmas e barreiras sociais", sublinha.
O estudo demonstra, ainda, que a maioria dos adolescentes e adultos considera que são períodos vividos como "crises" e que são caracterizados por muita comichão, dor e feridas e que impactam significativamente em atividades básicas. Ambas as populações estabeleceram a associação entre estados emocionais negativos e o agravamento da sintomatologia de dermatite atópica.
Os adolescentes destacaram o impacto da dermatite atópica na autoimagem e autoestima, as relações de amizade, a escola e o desporto. Os adultos mencionaram também a autoimagem e a autoestima, salientando as consequências a nível profissional.
O estudo demonstra que a maioria dos participantes já sentiu ou sente regularmente momentos de ansiedade e de tristeza por causa da doença, crises de ansiedade e pânico e, ainda, sentimentos de "revolta, frustração, desespero" e "irritação". Alguns participantes adultos mencionam que algumas vezes sentem vontade de "desaparecer".
Joana Camilo, presidente da ADERMAP, considera que "não podemos ignorar as consequências emocionais, sociais e económicas da dermatite atópica". "É fundamental uma abordagem multidisciplinar centrada na pessoa com dermatite atópica moderada a grave de forma a minimizar o 'burden' associado, além da promoção de um acesso equitativo aos tratamentos adequados e aos cuidados de saúde".
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