Por norma, as alterações de menus são sinónimo de novidades e progresso. No entanto, de acordo com um estudo publicado na SpringerLink, as alterações que podemos ver a partir de agora numa marisqueira poderão também estar relacionadas com as alterações climáticas.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas, está confirmado que estas alterações estão a ter impacto nos oceanos, nomeadamente, no número de peixes nos oceanos, degelo, acidificação, desoxigenação e outros eventos.
As pescarias são feitas, principalmente, nas águas mais quentes e, de acordo com os especialistas, cada vez mais animais são pescados em zonas que têm vindo a ver as temperaturas do mar mais elevadas, entre 1961 e 2016.
No estudo publicado na SpringLink foram tidos em conta 362 restaurantes da costa Oeste dos Estados Unidos e do Canadá - e menus de que há registo desde o séc. XIX. Os especialistas desenvolveram um indicador que lhes permitiu perceber se, num determinado período de tempo, os restaurantes tinham optado pelos alimentos que vinha águas mais frias ou quentes.
"Descobrimos que a temperatura média da água preferida de peixes e mariscos que aparecia nos nossos menus aumentou para os aumentou para 14º C nos últimos dois anos (2019-2021), em comparação com o período 1961-90, que estava nos 9ºC", explicou uma das responsáveis, acrescentando que estes aumentos estavam "ligado às mudanças na temperatura da água do mar e às mudanças relacionadas à temperatura na composição das espécies de peixes capturados durante o mesmo período de tempo".
Os investigadores sublinham que, no entanto, nem todas as espécies estão à procura de águas mais frias, uma vez que, devido às temperaturas mais quentes na costa Oeste e Canadá, são esperados mais pratos com sardinhas.
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