Ombros desalinhados, desvio da coluna e assimetria dos flancos são alguns dos sinais de escoliose aos quais os pais e cuidadores devem estar atentos nas crianças e jovens, indica um comunicado, enviado a propósito da campanha 'Josephine Explica a Escoliose', que assinala o Dia Internacional de Sensibilização para a Escoliose, que este ano ocorre a 25 de junho.
João Lameiras Campagnolo, ortopedista no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e coordenador da campanha, defende que "a prioridade deve ser sempre a deteção precoce da doença e a sensibilização das famílias. Ao ser detetado algum dos principais sinais é crucial procurar ajuda junto do médico assistente para que seja realizado o devido e atempado diagnóstico e, caso se justifique, seja adotado o tratamento adequado precocemente".
A escoliose é a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes. Contrariamente ao que se pode pensar, esta doença, geralmente, não provoca dor. No entanto, é visível uma curva em forma de 'S'. Pode afetar 2 a 3% das crianças e jovens, mas são menos de 1% os casos que necessitam de tratamento, que pode incluir, o uso de colete de correção ou cirurgia.
Esta doença é mais comum a partir dos 10 anos, sendo mais frequente no sexo feminino (oito em cada 10 casos dizem respeito a raparigas). Pode ter várias causas, mas na maioria dos doentes (70 a 80%) a causa não é conhecida, designando-se de escoliose idiopática.
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"O teste de Adams, que consiste na flexão da coluna para a frente, é uma forma eficaz para detetar se a criança está a desenvolver alguma deformidade na coluna", pode ler-se na mesma nota de imprensa. Através deste teste de observação, é possível perceber alguma assimetria (corcunda) na região torácica (costelas e ombros) e observar um lado mais alto que o outro, devido à rotação vertebral e das costelas.
No caso das crianças e adolescentes com antecedentes familiares, a urgência é ainda maior. Segundo o estudo japonês 'Pontuação de risco genético de escoliose idiopática do adolescente para potencial uso clínico", publicado no Journal of Bone and Mineral Research em junho de 2021, através de um 'score de risco' é possível prever o aparecimento e a evolução deste tipo de escoliose em crianças e jovens. Desta forma, seria possível prever o desenrolar desta doença e evitar a cirurgia nos casos com menor risco de desenvolvimento da doença. No entanto, estes são ainda estudos preliminares.
"O avanço tecnológico ao longo dos últimos anos permitiu alcançar uma elevada segurança e eficácia aquando da realização destas cirurgias e os resultados têm sido muito positivos", conclui João Campagnolo.
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