Quem sofre de alopecia, uma condição natural em que o cabelo se torna gradualmente mais fino com o avançar da idade, tem uma maior propensão para a demência, refere um estudo. A investigação, publicada no Journal of Clinical Psychiatry, indica que o risco é três vezes superior.
Segundo o principal autor do estudo, Cheng-Yuan Li, esta ligação deve-se, entre outros fatores, à partilha de citoquinas, proteínas inflamatórias produzidas pelo sistema imunitário que acabam por ter uma resposta exagerada prejudicial ao doente.
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Os investigadores analisaram dados de 2534 indivíduos com alopecia areata, comparando-os com 25 340 pessoas saudáveis, com cerca de 54 anos. Com base nestas informações, descobriram que aqueles com a doença tinham mais hipóteses de desenvolver demência, um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria, recorde-se, não existe tratamento e também não há uma forma definitiva de prevenir a demência.
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Neste grupo, os cientistas notaram que existia um risco três vezes superior de desenvolver "qualquer forma de demência" e um risco quatro vezes maior de desenvolver a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência.
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