Numa primeira fase da pandemia, os casos de gripe estiveram bem mais baixos do que habitual. As fortes políticas de proteção individual fizeram com que o vírus não se propagasse tanto. Nunca altura em que as máscaras deixaram de ser obrigatórias em grande parte dos países, torna-se agora possível existir uma dupla infeção, com Covid-19 e gripe em simultâneo.
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“Dois vírus que causam grandes respostas inflamatórias juntos vão piorar a resposta do organismo? Teoricamente, sim”, explicou o médico Khalilah Gates à revista Time. Poucos estudos foram feitos neste sentido, mas os primeiros dados não são muito animadores.
Segundo as conclusões, as pessoas acabam por ficar mais doentes do que se tivessem apenas um dos vírus no organismo. Um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, publicado em abril, concluiu que pessoas com dupla infeção tinham quatro vezes mais hipóteses de precisar de ventilação e duas vezes maior risco de morrer.
Um outro estudo da Coreia do Sul mostrou que a recuperação era mais complicada em doentes com os dois vírus do que naqueles que apenas tinham um.
"Definitivamente ninguém quererá ter nenhuma das infeções, quanto mais as duas juntas", refere à mesma publicação o médico Adam Ratner. “Juntos têm o potencial de serem mais graves e mortais, inclusive em pessoas que não são idosas e sem condições de saúde subjacentes”, continua.
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