A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o 'burnout' como um estado de esgotamento físico e mental causado pela incapacidade de gerir o stress decorrente de uma atividade profissional. Esta síndrome, incluída pela OMS na lista de doenças ocupacionais, pode ocorrer, por exemplo, quando as exigências laborais são desajustadas face aos conhecimentos e/ou às capacidades dos trabalhadores.
Os sinais e sintomas do 'burnout' podem passar por perda de produtividade laboral, sensação de exaustão, sentimentos negativos, acabando por também ter um impacto negativo sobre a vida pessoal e familiar do profissional.
"Ao caracterizar-se como um estado de exaustão, seja a nível físico, emocional, mental ou comportamental, o 'burnout' tem consequências que, mais cedo ou mais tarde, são visíveis no organismo. Estar em 'burnout' é viver num stress constante, sempre em alerta", afirma a Médis em comunicado.
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E biologicamente, tudo fica desregulado. "Aumentam as hormonas do stress (níveis de cortisol) assim como a tensão arterial e o nível de açúcar no sangue (glicemia). Os sistemas hormonal, neuroendócrino e imunológico ficam desequilibrados – consequentemente, as defesas do organismo ficam fragilizadas, potenciando o aparecimento de outras doenças."
Assim, é fundamental estar atento à frequência e constância dos sintomas:
Físicos
Problemas gastrointestinais, aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia), sensação de falta de ar, tonturas, transpiração excessiva, problemas cardiovasculares, enxaquecas, fadiga crónica, tensão muscular com dor, insónias, alterações do apetite, sistema imunitário fragilizado.
Emocionais
Tristeza, apatia, falta de prazer nas tarefas diárias, frustração, irritabilidade, sensação de injustiça e de falta de recompensa, ansiedade, depressão ou baixa autoestima, entre outros sinais.
Cognitivos
Dificuldade de concentração, lapsos de memória constantes, confusão mental, maior lentidão na execução de tarefas, decréscimo da criatividade, pensamento persistente no trabalho, necessidade de controlo.
Comportamentais
Impessoalidade, atitude de crítica constante, evitamento, impulsividade e irritabilidade, abuso do consumo de tabaco, cafeína, álcool, drogas ou medicação.
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Sociais
Isolamento, falta de empatia, comportamento conflituoso com familiares, amigos e colegas de trabalho.
Existenciais
Conflitos de valores e crenças, necessidade de redefinir prioridades e objetivos, raiva e revolta perante o caminho que a vida está a tomar, alteração da forma como o indivíduo se perspetiva.
Laborais
Atrasos, absentismo, baixas médicas constantes, maior rotatividade laboral, maior número de erros no trabalho, baixa realização profissional, vontade de desistir e menor produtividade e eficácia.
Como prevenir?
"O 'burnout' não é uma síndrome atribuível a um grupo determinado de pessoas. Pelo contrário, ninguém está imune", alerta a Médis. Porém, "há quem seja mais vulnerável, como pessoas com baixa autoestima ou dificuldade em lidar com o stress".
Praticar exercício físico, conviver com outras pessoas e aplicar técnicas de relaxamento, são "um caminho possível para regular o organismo e a restabelecer o equilíbrio emocional", diz.
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No local de trabalho, também há estratégias de prevenção que propiciam a criação de um ambiente mais saudável. "E as empresas podem contribuir de forma decisiva". Como?
- Estabelecendo expetativas realistas a todos os Colaboradores e garantir que todos as compreendem;
- Garantindo os recursos e as competências que tornem as expetativas exequíveis;
- Criando planos de formação contínua para desenvolver ou consolidar competências;
- Alinhando objetivos e valores da empresa com os colaboradores e demonstrar a importância do seu contributo para o sucesso da empresa e para a sua realização profissional;
- Estabelecendo horários de trabalho razoáveis e possibilitar, se possível, trabalho o remoto;
- Encorajando o apoio mútuo e o respeito dentro das equipas;
- Encorajando os colaboradores a praticarem atividade física, criando, por exemplo, grupos informais para a prática de uma modalidade;
- Promovendo curtos períodos de férias (por exemplo: fins de semana prolongados) para colaboradores que concentrem demasiado os seus dias de férias num determinado período do ano;
- Capacitando chefias para a identificação e mitigação do risco de 'burnout'.
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 (Número gratuito)
- 912 802 669 - 963 524 660
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.
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