Os meses entre outubro e dezembro são, com toda a certeza, os favoritos dos apreciadores de dióspiros, já que, depois de tanta espera, chega finalmente a sua época. Trata-se um fruto laranja, delicioso e cheio de benefícios, originário da Ásia, mais precisamente da China, diz Rita Rocha de Macedo, nutricionista na Cordeiro Saúde, rede de clínicas médicas.
Aliás, segundo a especialista, é cientificamente conhecido por 'diospyros kaki' e, atualmente, os principais países produtores deste fruto são a China, o Japão, a Coreia, o Brasil e a Índia. Pela Europa, a produção concentra-se, maioritariamente, em Itália e Espanha. Já em Portugal é mais produzido na zona do Algarve.
No geral, uma porção, com aproximadamente 160g, equivale a 93Kcal, diz a nutricionista. Explicando que "100g de dióspiro tem cerca de 58Kcal e 15g de açúcares".
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Rita Rocha Macedo© Rita Rocha Macedo
"Devido à sua sazonalidade são ricos em vitaminas" e nutrientes, esclarece a nutricionista, nomeadamente, "carotenos, responsáveis pela sua coloração", mas também vitamina A e C. Os dióspiros têm também muito potássio, fibras solúveis, água e são uma "fonte considerável de cálcio, fósforo e magnésio".
Segundo a nutricionista, são benéficos para a saúde graças a estes "carotenos que no nosso organismo são transformados em vitamina A e são importantes para uma boa saúde da visão, pele e ossos". Além disto, "o seu teor elevado de taninos contribui para a redução do risco de alguns tipos de cancro e problemas cardiovasculares", acrescenta.
Como também tem fibra solúvel "é fundamental para promover a sensação de saciedade, na regularização do trânsito intestinal e na redução do colesterol".
Existem dois tipos de dióspiros que são, popularmente, distinguidos como o 'de roer', que é, no geral, mais rijo e alaranjado, e o 'de abrir', mais macio e quase vermelho. Apesar de ambos terem as suas vantagens, este último destaca-se porque "é mais rico em taninos, poderoso antioxidante".
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Como escolher, conservar e consumir dióspiros:
Primeiro é importante saber que não deve mesmo "comprar dióspiros muito moles, com fissuras ou manchas", explica a nutricionista. Tente comprar os que "mantém a pele firme e intacta ou opte pelos duros, 'de roer', caso não pretenda consumi-los de imediato".
São dicas essenciais porque, como já deve saber, quando o fruto não está maduro causa, muitas vezes, uma sensação estranha na boca e língua. Algo que acontece porque, neste estado, os dióspiros têm uma quantidade de taninos mais elevada e fazem "com que as mucosas da boca se contraiam", explica a nutricionista.
É também essencial lembrar que são "muito perecíveis e bastante sensíveis ao transporte, pelo que devem ser manuseados com cuidado".
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Para os conservar, durante mais tempo, armazene-os no frigorífico e evite juntá-los a outros frutos, aconselha a nutricionista, dizendo que como é "um fruto rico em açúcares é propício ao crescimento rápido de microrganismos".
Como qualquer outro alimento, o seu consumo deve ser moderado porque o "equilíbrio está na base de uma alimentação saudável", relembra Rita Rocha de Macedo. Por isso, não se deve consumir mais do que um por dia, e é mesmo "desaconselhado em casos de insuficiência renal, devido ao elevado teor em potássio".
Segundo a nutricionista, o fruto pode ser consumido de qualquer forma, no entanto, convém privilegiar a sua forma natural, ou seja cru, para "conservar as suas propriedades nutricionais". Recomenda ainda que seja adicionado a saladas, iogurtes, sobremesas, batidos, sumos, compotas, papas de aveia e panquecas.
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