O estudo, publicado na revista Nature, reproduz os resultados de um ensaio clínico que comparou a avaliação inicial de 3.495 ecocardiogramas feita por um modelo de inteligência artificial e por técnicos que realizam estes exames.
Os mesmos ecocardiogramas foram posteriormente sujeitos a uma avaliação clínica por cardiologistas que desconheciam que exames tinham sido previamente anotados por técnicos ou pelo programa de inteligência artificial.
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O modelo de inteligência artificial foi treinado para avaliar a função cardíaca a partir de 144.184 ecocardiogramas.
Especialistas do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, nos Estados Unidos, testaram o modelo no ensaio clínico e verificaram que foi mais preciso na avaliação inicial da função cardíaca, após a leitura do ecocardiograma, do que um técnico, uma vez que os cardiologistas tiveram de fazer menos correções na avaliação clínica.
Segundo os resultados, os cardiologistas corrigiram 16,8% das avaliações iniciais feitas pelo modelo de inteligência artificial e 27,2% das anotações dos técnicos.
Em Portugal, a inteligência artificial é usada na área da medicina, nomeadamente no rastreio do glaucoma, uma doença ocular que pode levar à cegueira irreversível.
Desde novembro passado que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pioneiro na utilização da tecnologia no rastreio do glaucoma, faz o diagnóstico em segundos da doença, permitindo poupar o recurso a vários exames e acelerar o tratamento.
Em finais de março, este tipo de rastreio foi estendido aos utentes do Centro de Saúde de Sete Rios, também em Lisboa.
Apesar de a doença não ter cura, pode ser controlada com tratamentos - para travar a lesão progressiva do nervo ótico que conduz à perda de visão - se for diagnosticada precocemente.
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