Investigadores australianos combinaram a nanotecnologia, a inteligência artificial e a biologia molecular e conceberam um novo teste que consegue identificar o risco do tipo de demência mais comum. Aliás, mais especificamente, os cientistas utilizam esta técnica para encontrar os marcadores de proteínas da doença de Alzheimer no sangue.
Hoje em dia, esta doença "é diagnosticada principalmente com base na evidência de deterioração mental, altura em que já danificou gravemente o cérebro", explicou o coautor, Patrick Kluth, da Universidade Nacional Australiana, citado na New Atlas.
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Além disso, muitas vezes, "a deteção precoce, que é vital para um tratamento eficaz, envolve procedimentos hospitalares invasivos e dispendiosos, como uma punção lombar, que podem ser física e mentalmente desgastantes para os doentes", acrescenta.
Por isso, os investigadores desenvolveram um chip de silicone ultrafino coberto de minúsculos orifícios de dimensão nanométrica. Como é utilizado? É colocada uma pequena quantidade de sangue no chip e, através de um processo de translocação, os cientistas conseguem isolar misturas complexas de proteínas no sangue.
Depois, o chip será inserido num dispositivo do tamanho de um telemóvel, onde um algoritmo de inteligência artificial procura assinaturas de proteínas que correspondessem às associadas à doença de início precoce.
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Quando testaram este método, os investigadores descobriram que o modelo apresentava um grau de precisão significativo e elevado (mais especificamente de 96,4%), algo que foi relatado no estudo disponibilizado na Small Methods, uma revista científica.
Descobrir "o seu nível de risco com tanta antecedência, faz com que tenha muito tempo para começar a fazer mudanças positivas no seu estilo de vida e adotar estratégias de medicação que possam ajudar a retardar a progressão da doença", afirmou o coautor Shankar Dutt, investigador na mesma universidade.
Para terminar explica que "o teste rápido e simples poderia ser efetuado por médicos de clínica geral e outros clínicos, o que eliminaria a necessidade de uma visita ao hospital e seria especialmente conveniente para as pessoas que vivem em zonas regionais e remotas".
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