Uso de edição genética no tratamento do VIH com dados positivos
São os resultados da um estudo feito nos Estados Unidos.
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A empresa de biotecnologia norte-americana Excision BioTherapeutics apresentou dados de segurança positivos sobre o uso de edição genética no combate ao vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (VIH-1) em humanos.
Apresentada na quarta-feira e ainda numa fase embrionária, a técnica - aplicada em três pessoas - é um passo para curar a infeção por VIH-1 com uma única dose intravenosa de um medicamento de edição genética.
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Os resultados do estudo realizado com as três pessoas foram apresentados na reunião anual da Sociedade Europeia de Terapia Genética e Celular, em Bruxelas.
"O EBT-101 é um gene investigacional fundamentado (na tecnologia de edição genética) CRISPR [Clustered Regularly Short Palindromic Repeats, em inglês] que está a ser testado como uma potencial cura da infeção com VIH. Acreditamos que partilhar os dados iniciais de segurança e biodistribuição é importante para a comunidade do VIH/SIDA (...)", disse o diretor executivo da Excision BioTherapeutics, Daniel Dornbusch, citado em comunicado sobre a investigação.
A CRISPR baseia-se num tipo de sequências de ácido desoxirribonucleico (ADN) encontradas no genoma de bactérias provenientes de vírus.
"O tratamento com EBT-101 não resultou em eventos adversos graves ou toxicidade limitante da dose nos três primeiros participantes, e todos os eventos adversos relatados foram ligeiros e reversíveis", adiantou o vice-presidente de desenvolvimento clínico da Excision, William Kennedy.
De acordo com William Kennedy, o ensaio também foi capaz de demonstrar uma biodistribuição positiva do EBT-101. "Estas observações iniciais fornecem dados clínicos importantes", sublinhou.
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A empresa sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, adiantou que o primeiro paciente recebeu tratamento há cerca de um ano para avaliar a segurança e farmacodinâmica do EBT-101 - detetável no sangue de todos os participantes após quatro semanas.
Nas primeiras conclusões, a biotecnológica assegurou que todos os participantes no ensaio "receberam doses seguras", embora tenham sido observados "eventos adversos", que foram "todos revertidos sem interferência".
William Kennedy lembrou ainda que, como o terceiro paciente apenas foi tratado recentemente, os resultados completos do grupo só serão divulgados em 2024.
"Mesmo que não curemos completamente [o VIH], podemos conseguir um atraso significativo na recuperação do vírus. Isso poder-nos-ia preparar para a próxima fase, como qualquer medicamento em que existam primeira e segunda gerações", concluiu.
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