Sim, a hora muda já na madrugada de 29 de outubro, domingo. Trata-se de uma tema que divide muitas opiniões. Por isso, existem argumentos contra e, claro, outros a favor. Também existem imensas dúvidas, incluindo uma, muito importante: qual o impacto da mudança de hora na saúde física?
De acordo com a Mayo Clinic, uma organização sem fins lucrativos focada na prática clínica, na educação e na investigação, citada no The Independent, o cérebro humano tem uma espécie de relógio, conhecido como ritmo circadiano e que funciona ao longo de um ciclo de 24 horas.
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Quando a hora muda, causa perturbações no sono, independentemente da altura do ano. Para alguns indivíduos torna-se difícil ajustar a rotina ao novo horário. E, caso não saiba, em alguns casos, as perturbações do sono aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
Por exemplo, um estudo, feito em 2019, na Harvard Medical School e do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos (EUA), examinou o impacto da deficiência de sono nas doenças cardíacas em ratinhos. Descobriu-se que, "após 16 semanas, os ratos que tiveram os seus ciclos de sono interrompidos desenvolveram placas arteriais maiores em comparação com os ratos com padrões normais de sono".
Além disso, no mesmo estudo, comprovaram que os ratinhos com défice de sono tinham "o dobro do nível de certos glóbulos brancos na circulação e quantidades inferiores de hipocretina, uma hormona que desempenha um papel fundamental na regulação dos estados de sono e vigília".
"Esta parece ser a demonstração mais direta até à data das ligações moleculares que ligam o sangue e os fatores de risco cardiovascular à saúde do sono", explicou Michael Twery, o diretor do Centro Nacional de Investigação das Perturbações do Sono do Instituto Nacional do Coração, Almoço e Sangue, nos EUA, citado no jornal.
Perder uma hora de sono durante a mudança da hora na primavera tem sido associada "a um aumento dos ataques cardíacos e dos acidentes vasculares cerebrais". Aliás, nos Estados Unidos, "os hospitais registam todos os anos um aumento de 24% nas visitas por ataque cardíaco na segunda-feira após a mudança da hora".
Esta investigação demonstrou também "um aumento dos acidentes de viação quando os automóveis regressam ao trabalho nos meses mais frios, uma vez que os condutores se adaptam à mudança de hora".
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