Existe, desde sempre, a ideia de que no inverno as as taxas de suicídio atingem o seu pico nos meses de inverno, em todo o mundo. Normalmente, esta ideia está associada aos dias que escurecem mais cedo, níveis de stress mais altos e a problemas como depressão sazonal. Mas isto acontece realmente?
É uma ideia tão prevalente que 40% das notícias publicadas nos Estados Unidos que mencionam suicídio ao longo da época festiva - entre 2022 e 2023 - fizeram esta afirmação, confirma uma análise feita no Annenberg Public Policy Center, nos Estados Unidos, e citada na Time.
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É, no entanto, uma ideia errada. Não existe uma tendência de aumento nesta altura do ano e, aliás, em dezembro, os números tendem a descer em todo o mundo, segundo Dan Romer, um diretor de investigação do centro e o responsável pela análise, disponibilizada na segunda-feira.
Então, através de um inquérito, feito no início deste ano, o investigador perguntou a mais de 1.500 adultos americanos quando achavam que a maioria dos suicídios geralmente ocorria: abril, junho, agosto, outubro ou dezembro. "81% escolheram dezembro, apesar do facto de terem ocorrido mais suicídios durante os outros quatro meses nos últimos 20 anos."
Não conseguiu determinar a relação entre as notícias na comunicação social e a perceção errada do público. Menciona, no entanto, alguns elementos culturais que, na sua opinião, têm um impacto significativo.
Primeiro, fala sobre a popularidade dos filmes natalícios que levam os espetadores a "imaginar como seria o mundo se não estivéssemos aqui", explica. É o caso do 'Do Céu Caiu uma Estrela.
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Mas, na realidade, a época festiva não tem qualquer relação com o aumento das taxas de suicídio, afirma. Aliás, esta altura do ano tem, na verdade, um papel mais protetor, acrescenta. "O inverno, ao contrário do que se pensa, não é uma altura em que as pessoas queiram pôr fim às suas vidas."
Por exemplo, "na Austrália, onde o verão deles é o nosso inverno, estão a registar um pico de suicídios neste momento", menciona. Dezembro "continua a ser um mês baixo para os suicídios, mesmo em países onde é um mês mais quente, o que sugere um efeito oposto ao que as pessoas supõem existir."
Tendo isto em conta, "as recomendações para a elaboração de relatórios sobre o suicídio sublinham que não se deve fazer questão de dizer que qualquer altura do ano é mais popular", afirma o investigador. "Não há qualquer benefício para o público ouvir isso" e pode ter um efeito muito negativo.
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 (Número gratuito)
- 912 802 669 - 963 524 660
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.
