Um estudo feito na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revela que doentes com um subtipo menos comum de Alzheimer podem apresentar os primeiros sinais da doença até dois anos antes de demonstrarem falhas de memória. A descoberta foi publicada na revista The Lancet Neurology.
Ao avaliarem 1.092 doentes, oriundos de 16 países, diagnosticados com atrofia cortical posterior (ACP), um subtipo raro da doença de Alzheimer, os cientistas descobriram que a doença começa a afetar a visão destas pessoas por volta dos 59 anos. Os doentes apresentam dificuldades para ler e conduzir, por exemplo.
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Os investigadores estimam que 10% de todos os casos de Alzheimer sejam de ACP. As mulheres representam a maioria dos casos. "Precisamos de mais estar mais consciencializados sobre a ACP para que a doença possa ser sinalizada pelos médicos. A maioria dos doentes consulta o oftalmologista quando começa a apresentar sintomas visuais. Precisamos de melhores ferramentas em ambientes clínicos para identificar estes doentes precocemente e tratá-los", diz a investigadora Marianne Chapleau, coautora do estudo.
Recorde-se que Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa perda de memória e declínio cognitivo progressivos, perturbações da linguagem e até dificuldade em realizar tarefas como pagar contas e lidar com o dinheiro, e que é a forma mais comum de demência. Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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