A vacina brasileira contra a dengue, atualmente na terceira fase de testes clínicos, tem uma eficácia global de 79,6% dois anos após a injeção, segundo um estudo publicado na quarta-feira na revista científica New England Journal of Medicine.
O estudo diz que a vacina de dose única desenvolvida pelo Instituto Butantan, um centro de pesquisa com sede em São Paulo, é 73,6% eficaz entre aqueles que nunca tiveram dengue antes, e 89,2% eficaz entre aqueles que já tiveram a doença.
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Por idade, a vacina é mais eficaz entre as pessoas de 18 a 59 anos (90%), em comparação com 77,8% para as pessoas de 07 a 17 anos e 80,1% para as pessoas de 02 a 06 anos.
Os ensaios do estudo, apoiado pelo Instituto Butantan, pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela Merck Sharp and Dohme, envolveram 16 235 pessoas, dois terços das quais receberam uma vacina e as restantes um placebo.
O Brasil já registou mais de 217 mil casos prováveis de dengue este ano e poderá contabilizar até 4,2 milhões de casos até final de 2024, indicou hoje o Ministério da Saúde brasileiro.
No primeiro mês do ano foram já detetados 217.841 casos prováveis, 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. O balanço anterior, que contabilizava as três primeiras semanas do ano, indicava que o país registou 12 mortos e 120.874 casos prováveis.
Em 2023, o Brasil registou mais de 1,6 milhões de casos da doença, mais de um quinto de todos os notificados no mundo, e 1.094 mortes, um recorde histórico.
O Governo brasileiro divulgou a lista de cidades que vão receber a vacina contra a dengue. Ao todo, foram incluídas cerca de 500 cidades em 16 estados para a imunização, que num primeiro momento deverá dar prioridade a crianças e adolescentes com idade entre os 10 e os 14 anos por estarem entre o público com maior número de internamentos pela doença.
O país prevê receber até 6,2 milhões de doses de uma vacina japonesa contra a dengue em 2024. Porém, por se tratar de uma vacinação que requer duas doses de vacina, esse valor abrange apenas 3,1 milhões de pessoas e é insuficiente para enfrentar a atual explosão de casos.
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