Roberto Cavalli, ícone de estilo e símbolo da moda italiana, morreu esta sexta-feira, aos 83 anos de idade. De acordo com a informação revelada pela família, e citada pela agência Ansa, o estilista morreu em casa, tendo sucumbido a uma doença prolongada que se agravou nos últimos dias.
"Querido Roberto, já não podes estar aqui fisicamente connosco, mas sei que sentirei sempre o teu espírito comigo", escreveu Fausto Puglisi, diretor criativo da Roberto Cavalli desde outubro de 2020, numa publicação nas redes sociais, conforme pode ver mais abaixo.
Foi aos 30 anos que deu um importante salto na sua carreira com a primeira coleção apresentada em Paris. Em 1972 abriu a primeira loja em Saint-Tropez, França, só depois em Itália, em 1996.
Foi precisamente durante os anos 70 que se tornou designer de moda de estrelas como Brigitte Bardot ou Sophia Loren, para quem criou visuais atraentes e 'reveladores', Cavalli continuou a seduzir celebridades das gerações mais recentes, desde Kim Kardashian a Jennifer Lopez.
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Depois de várias coleções com padrões e ‘animal print’ vira-se para o público infantil com o lançamento da marca Just Cavalli, nos anos 2000.
Após 10 anos de casamento com Silvanella Giannoni, Eva Düringer foi a sua segunda mulher, que foi finalista do Miss Universo. Além de companheira, viria a torna-se parceira de negócios com o marido, tendo mesmo abandonado a carreira da moda.
Sandra Bergman Nilsonn era a atual companheira, com quem viveu os últimos 15 anos de vida. O italiano era dono de um helicóptero roxo e de uma quinta vinícola na Toscana.
Cavalli adorava Ferraris, charutos grandes e camisas justas abertas sobre um peito perpetuamente bronzeado.
A sua carreira também passou por pontos baixos, como na década de 1980, quando o seu estilo extravagante parecia ir contra o minimalismo então em voga.
Mr Armani pays tribute to Roberto Cavalli. pic.twitter.com/gTW4pP1T72
— Armani (@armani) April 12, 2024
Também se viu no centro de um longo julgamento na Itália por um caso de fraude fiscal, que terminou com a sua absolvição. A sua empresa também começou a registar prejuízos, obrigando-o a vender a maioria das ações em 2015.
Cavalli patenteou vários dos seus métodos, o que atraiu a atenção da casa de luxo Hermès e do estilista Pierre Cardin.
A sua marca foi gradualmente confrontada com dificuldades financeiras ligadas ao aumento da concorrência das casas controladas pelos gigantes LVMH e Kering, e Cavalli deixou a direção artística do seu grupo em 2013.
Dois anos depois, o fundo Clessidra, com sede em Milão, comprou 90% do capital, mas não conseguiu conter as perdas.
Por fim, a Cavalli foi adquirida em novembro de 2019 pela Vision Investments, o fundo de investimento do magnata imobiliário de Dubai, Hussain Sajwani.
[Notícia atualizada às 21h07]
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