Lagarta do pinheiro anda por aí. Veterinários partilham os cuidados a ter

Saiba como prevenir o contacto e proteger os cães.

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Notícias ao Minuto
08/05/2024 18:29 ‧ 08/05/2024 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Animais de estimação

A chegada do tempo mais quente convida a passeios e brincadeiras com os animais ao ar livre. Porém, estes momentos exigem atenção redobrada, já que podem esconder alguns perigos para os animais de companhia - entre eles, o contacto, sobretudo dos cães, com a lagarta do pinheiro, muito comum nesta época do ano. 

A lagarta do pinheiro, ou processionária, é um inseto desfolhador dos pinheiros e cedros e cujo nome deriva do facto de se deslocar em fila quando passa das árvores para o solo, para se enterrar e crisalidar. Durante esta deslocação, as lagartas libertam pelos urticantes que, ao entrarem em contacto com a pele, as mucosas e os olhos são causadores de alergias tanto em humanos como em animais.

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Com isto em mente, a médica veterinária Cátia Fernandes, do AniCura Santa Marinha Hospital Veterinário, em Vila Nova de Gaia, partilha algumas recomendações, em comunicado, para evitar o contacto com a lagarta do pinheiro:

1- Evitar caminhar em zonas de pinheiros, abetos ou cedros, especialmente nas épocas de início da primavera ou final do inverno;

2- Manter os cães com trela durante os passeios. Desta forma, é mais fácil retirá-los rapidamente de locais onde as lagartas sejam visíveis, já que muitas vezes despertam a curiosidade dos cães e o seu instinto é o de se aproximarem;

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3- Respeitar os sinais de aviso, quando existam, e evitar zonas com tratamentos inseticidas ou armadilhas para lagartas;

4- Sempre que os cuidadores identificarem ninhos de lagartas em locais públicos devem contactar as autoridades competentes, geralmente, as autarquias.

Os sintomas desenvolvidos dependem da área afetada, da quantidade de toxina a que o cão foi exposto e do tempo decorrido, podendo surgir minutos ou horas após a exposição, e agravam-se com o tempo. "Por isso é tão importante atuar com rapidez, mesmo que os sintomas iniciais pareçam ligeiros", alerta Cátia Fernandes.

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O cão "pode ter urticária generalizada, mais frequente no rosto, e procurar coçar-se ou esfregar-se - algo que o cuidador deve evitar para não libertar mais toxinas no organismo - vermelhidão na pele ou inchaço em qualquer parte do corpo também são comuns".

Se as toxinas tiverem entrado em contacto com os olhos é possível observar sinais de desconforto e dor ocular, inchaço ou fecho da pálpebra, resistência ao abrir o olho afetado, excesso de lágrima, sensibilidade à luz, bem como vermelhidão do olho, da pálpebra ou da conjuntiva, aparecimento de vesículas ou bolhas.

Se o cão tiver lambido, ingerido ou tentado ingerir uma lagarta do pinheiro, as áreas mais afetadas são a boca e o sistema digestivo, com possível envolvimento do sistema respiratório. "Nestes casos, é provável que se observe o inchaço do focinho e/ou dos lábios e da língua, salivação excessiva, náuseas, vómitos ou diarreia, vermelhidão das gengivas e alterações da cor da língua. Estas toxinas podem causar danos permanentes nestas áreas, levando à perda de tecido. Em caso de ingestão, as lesões podem propagar-se ao tubo digestivo."

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A inflamação pode propagar-se à garganta e às vias respiratórias, provocando uma obstrução que impede a respiração. Em situações extremas, também se pode verificar um choque anafilático, que se manifesta por fraqueza ou prostração extremas, respiração alterada, alterações da cor da gengiva e falta de reação a estímulos. Esta reação afeta os sinais vitais e pode ser fatal se não forem tomadas medidas imediatas.

Nos casos em que o cuidador identifique que o seu animal pode ter estado em contacto com a lagarta do pinheiro deve procurar o veterinário o mais rapidamente possível e abandonar o local, já que estas lagartas podem deixar vestígios de pelos ou de substâncias irritantes quando se deslocam. A interação com outros cães, o contacto com as mãos ou com a pele do cuidador também é de evitar. Logo que possível, devem ser realizadas várias lavagens e irrigações das áreas afetadas com soro fisiológico ou com água, incluindo o corpo, os olhos, a cavidade oral e a língua.

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