O caso de um doente asmático de 68 anos, cujos sintomas da doença passaram de persistentes a moderados dois meses após infusão de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, sugere que estas células podem contribuir para a melhoria dos sintomas da doença. Os resultados publicados na revista científica Current Stem Cell Research & Therapy reforçam a importância da investigação nesta área, de forma a comprovar os seus benefícios para o controlo da asma.
É importante sensibilizar para o impacto desta doença, que afeta cerca de 700 mil pessoas em Portugal, resultando em sintomas como dificuldade respiratória, pieira e aperto no peito. Sabe-se que cerca de metade dos doentes não têm a doença controlada, alguns dos quais não respondem aos tratamentos disponíveis atualmente. Esta situação torna fundamental a investigação por novas terapias para dar resposta às necessidades não atendidas destes doentes.
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Devido às suas propriedades imunorreguladoras, as células estaminais mesenquimais têm sido uma das opções em estudo para o tratamento de doentes com asma. Estas células têm o potencial de modular a resposta imunitária e reduzir a inflamação nas vias respiratórias, abrindo caminho para uma abordagem terapêutica inovadora.
Vários artigos científicos sobre estudos em modelo animal têm demonstrado que estas células melhoram os sintomas e a resposta imunológica característicos da asma. Para além disso, nos últimos dois anos, tem-se verificado um aumento do número de ensaios clínicos registados, envolvendo a utilização das células estaminais mesenquimais em doentes com asma.
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Os resultados destes estudos vão sendo pouco a pouco conhecidos, como é o caso deste doente de 68 anos, que alcançou uma melhor qualidade de vida após o tratamento experimental.
Antes do tratamento, o doente apresentava dispneia, pieira, aperto no peito e limitações funcionais decorrentes da falta de ar, várias vezes por semana. Após o tratamento experimental, o doente relatou melhorias significativas nos seus sintomas, incluindo uma redução na frequência do uso de inaladores e nebulizadores, bem como uma diminuição na necessidade de oxigênio suplementar.
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O doente diminuiu a utilização do inalador de sete a 10 vezes por semana para quatro vezes por semana, bem como a utilização do nebulizador, para as crises, de 5 a 6 vezes por semana para apenas uma a duas vezes por semana. Além disso, passou a recorrer ao concentrador de oxigénio apenas entre uma a duas vezes por mês, quando, antes do tratamento, o fazia semanalmente.
É importante apostar na investigação nesta área para confirmar estes resultados promissores com o objetivo de poder vir a proporcionar aos milhares de pessoas que vivem com esta condição uma alternativa terapêutica segura e eficaz com recurso às células estaminais mesenquimais.
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