Com os termómetros a prometerem subir até perto dos 30 graus em várias zonas do país, muitas famílias contam as horas para mais uma ida à praia. O areal enche-se de pequenos veraneantes e os preparativos são muitos, sobretudo no que toca à escolha do farnel. É que, além do calor, há outros ingredientes que podem fazer deste um dia perfeito.
Ponto número um: esqueça as batatas fritas. Para manter os miúdos saciados e com as 'pilhas carregadas' durante todo o dia, a nutricionista Paula Beirão Valente começa por dizer ao Lifestyle ao Minuto que o melhor são "snacks saudáveis e, sobretudo, práticos". "Enquanto mãe e nutricionista, costumo preparar alimentos saudáveis e fáceis de transportar, com o objetivo de evitar pedidos por comida rápida e processada", conta a responsável, da Clínica Espregueira, no Porto.
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No topo das suas preferências estão "panquecas de aveia e banana; bolachas caseiras de aveia e fruta variada; bolo da caneca; pão de mistura ou até wraps com queijo ou atum e ovo ou abacate e queijo fresco ou frango ou peru desfiados; iogurte com aveia; pacote de leite (vaca, cabra ou avelha); ovo cozido; frutas variadas; tomate chucha; cenouras; uvas, frutos vermelhos; e frutos oleaginosos (seis amêndoas ou avelãs ou duas nozes, por exemplo)".
Por sua vez, a nutricionista Susana Teixeira, que dá consultas na clínica António Gaspar, em Carnaxide, alerta: "As temperaturas elevadas são favoráveis ao crescimento de microrganismos e o risco de intoxicação alimentar é maior". Por isso, molhos na praia, como natas e maionese, são para esquecer.
Refere também que "os lanches devem ser preparados no próprio dia e transportados numa mala térmica com placas de refrigeração", para garantir que não se estragam. Os alimentos escolhidos "devem ser fáceis de preparar, armazenar, transportar e comer". E, sempre que possível, o ideal é envolver as crianças na preparação dos snacks. "Assim garante que levam sempre algo de que gostam."
Paula Beirão Valente, nutricionista da Clínica Espregueira, no Porto, e Susana Teixeira, nutricionista da clínica António Gaspar (da esquerda para a direita) © Paula Beirão Valente/Susana Teixeira
"A fruta é sempre uma boa opção", continua. Mas se é daquelas pessoas que já leva a fruta descascada, saiba que o melhor é comê-la com casca para aumentar o consumo de fibra.
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Como estamos a falar de crianças, não se esqueça das mini sandes. Idealmente, devem ser de pão integral, cereais ou de mistura, e podem incluir rodelas de tomate, alface ou outro vegetal à escolha. Os wraps/tortilhas também são "uma alternativa interessante". Opte por uma versão integral, ou multicereais, e recheie com atum, cavala, sobras de frango, peru, cenoura, beterraba ralada, cebola, tomate cereja e alface. Para uma porção menor, corte o wrap em pequenos pedaços após rechear e enrolar.
Os vegetais crus em pedaços, tais como cenoura, pepino e tomate cereja, são uma escolha igualmente nutritiva. "Devido ao teor de água destes alimentos, o seu consumo reforça a hidratação", explica a nutricionista Susana Teixeira.
Já com um iogurte com fruta da época, como pêssego ou frutos vermelhos, "obtém não só um lanche saudável como rico em proteínas, vitaminas e minerais".
Mas há mais. E lhe disséssemos que panquecas na praia também são bem-vindas? Pois bem, Susana Teixeira explica como: misture uma banana, dois ovos e uma chávena de chá de flocos de aveia finos num liquidificador até formar uma mistura homogénea. Numa frigideira antiaderente, coloque pequenos círculos da mistura. Deixe cozinhar de um lado e vire, até estarem douradas.
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A aveia, frisa, "é um cereal integral bastante completo" e, como tal, são-lhe atribuídos vários benefícios. "É rica em proteínas e fibras, o que proporciona um lanche cheio de energia e extremamente saciante."
E as bolas de Berlim e gelados?
Para aqueles momentos em que surge uma vontade incontrolável de comer uma bola de Berlim na praia, "o fundamental é controlar as porções", defende. E o mesmo vale para os gelados. Neste caso, convém também estar a par das tabelas nutricionais. "Geralmente, os sorvetes de fruta são os menos calóricos."
Por outro lado, sumos e refrigerantes são mesmo para riscar da lista. "O consumo de bebidas açucaradas tem sido apontado como um fator que contribui para os níveis crescentes de obesidade infantil. Além disso, é sabido que as bebidas açucaradas contribuem para a erosão e cárie dentária", indica.
Os snacks salgados e os alimentos processados "também deve ser evitados". "Estão carregados de sal", avisa.
Por último, mas não menos importante, lembra que, por estarmos mais expostos ao sol, é necessário redobrar a hidratação. "As crianças nem sempre sentem necessidade de beber água. É crucial educá-las. A água não pode mesmo faltar. Aromatizar a água com frutas e vegetais pode ajudar", conclui.
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