Porque é tão fácil odiar as outras pessoas?

Não vale a pena gostar, as pessoas têm maior facilidade em nutrir sentimentos negativos do que positivos.

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Daniela Costa Teixeira
15/07/2016 15:11 ‧ 15/07/2016 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle

Psicologia

Odiar é uma palavra forte, é um facto. Mas o ódio está presente no dia-a-dia e é um dos sentimentos mais fáceis de nutrir, até mesmo mais fácil do que os sentimentos positivo, que por vezes demoram dias, semanas ou até mesmo meses a surgir. Basta pensar na primeira impressão que temos de uma pessoa: quando não vamos com a cara de alguém, num instante a passamos a ignorar; quando simpatizamos, vamos, aos poucos, ganhando alguma confiança e à vontade.

Os recentes atentados terroristas são a prova da força do ódio e de como é fácil criar um ciclo vicioso com este sentimento, mesmo que as formas de expressão sejam as mais variadas possível. Mas, de onde vem o ódio? De todo o lado.

Conta o site Psychology Today que o confronto com adversários é um dos aspetos mais antigos da humanidade e o que mais incentiva o sentimento de ódio. Mas quando se fala de adversário, não podemos referir apenas os rivais ou os ditos inimigos. Como destaca a publicação, num artigo do psicólogo Frank T. McAndrew, o ódio (forte ou fraco) surge sempre que alguém tem opiniões diferentes, gostos diferentes e formas de estar diferentes. Podemos falar de crenças, mas também podemos e devemos falar de ceticismo. Tudo isto incentiva o ódio entre pessoas, seja ele no sentido lato da palavra ou apenas numa forma de desagrado para com alguém.

Segundo o especialista, há uma outra caraterística comum nas pessoas e que pode justificar a facilidade com que o ódio surge: a sensação de pertença. Toda a vida existiram grupos e a sensação de pertença num é de tal forma importante para o ser humano que tudo o que estiver de fora desse núcleo é desprezível, e prova disso é a dificuldade que uma criança nova na escola tem em fazer amigos ou incluir-se em grupos já formados.

“Nós mantemos ilusões positivas sobre o nosso grupo e ilusões negativas sobre os grupos de outros e vemos no nosso próprio grupo os valores morais mais desejáveis e superiores em comparação com os dos outros”, diz o psicólogo, revelando que “estamos automaticamente a suspeitar dos valores e intenções dos membros dos outros grupos”.

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