A psoríase é uma doença crónica da pele, auto-imune e inflamatória, não contagiosa e que pode afetar as pessoas em qualquer idade. Trata-se de uma condição clínica com consequências físicas e visíveis ao olhar mais ou menos atento dos outros.
Este sábado celebra-se o Dia Mundial da Psoríase, uma data que merece destaque para chamar a atenção para a forma como a doença afeta o estado físico e emocional dos pacientes.
A psoríase – doença que pode afetar cerca de 250 mil portugueses - tem um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes, estando comprovado que afeta de forma mais intensa do que outras doenças consideradas mais graves, como o cancro e a diabetes, lê-se num comunicado enviado às redações a propósito do encontro de debate sobre a psoríase promovido pela PSO Portugal- Associação Portuguesa da Psoríase, com o apoio da Lilly Portugal, e que se realizou esta sexta-feira em Lisboa.
Paulo Ferreira, dermatologista, Jaime Melancia, presidente da PSO Portugal, Vitor Baião, doente de psoríase e Luís Laranjeira, diretor médico da Lilly, foram os nomes que marcaram presença no debate, tendo estado a moderação a cargo de Luís Filipe Borges, apresentador de televisão e doente de psoríase.
De acordo com o presidente da PSO Portugal, são os doentes de psoríase com um tratamento inadequado aqueles que mais sofrem com o estigma e a discriminação, sendo, por isso, “urgente que as autoridades portuguesas se comprometam a definir e implementar um plano nacional de tratamento da psoríase, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde”.
De acordo com o dermatologista Paulo Ferreria, “está demonstrado que a limpeza total ou quase total das lesões de psoríase está associada a uma melhoria substancial da qualidade de vida dos doentes, permitindo-lhes ter uma vida comparável ao da população que não tem a doença”.
Mas embora se trate de uma condição não contagiosa, “nos dias de hoje, ainda há doentes que evitam ir à praia para não sentirem na pele o preconceito das outras pessoas. Isso dói muito mais do que qualquer doença. Como é possível que em pleno século XXI e num país desenvolvido como o nosso ainda existam portugueses a achar que a psoríase é contagiosa? Infelizmente, temo que ainda tenhamos pela frente um longo caminho a percorrer no que diz respeito à informação e sensibilização da opinião pública relativamente à psoríase”, disse o portador da doença Vítor Baião, citado pela mesma nota.