A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma condição que leva à diminuição da função respiratória e à mudança do tecido pulmonar. Os doentes apresentam menores níveis de oxigénio no sangue, o que vai causando a falência dos vários órgãos e a perda de qualidade de vida.
As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo a DPOC a mais comum, pois afeta 14,2% dos portugueses com mais de 40 anos.
O Lifestyle ao Minuto falou com o Dr. João Cardoso, diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital de Santa Marta, que destaca que as pessoas tendem a desvalorizar os sintomas de DPOC e até de cancro do pulmão, levando a um diagnóstico tardio com muitos ricos para a sua saúde e sobrevivência.
Conta: “As pessoas acham que é mais ou menos normal ter tosse ou bronquite. Ter tosse com expetoração não é normal. Não conseguir subir as escadas de uma vez porque se fica cansado ou com a respiração ofegante, não é normal. Estes sintomas têm de ser analisados.”
Destaca que ter uma “tosse persistente, que dura três meses, com expetoração, associada a cansaço ou falta de fôlego deve chamar logo a atenção”. Neste caso deve falar com o médico e realizar uma espirometria – que funciona como um teste de alcoolemia – para medir a função pulmonar.
O Dr. João Cardoso destaca que hoje em dia os tratamentos para a DPOC – medicação que o paciente pode fazer em casa por via inalatória – melhoraram tanto que já é possível “melhorar o presente, prevenindo o futuro”, ou seja, é possível melhorar a qualidade de vida presente do doente e alterar o desenvolvimento da doença de tal forma que o pulmão do doente passa a envelhecer a um ritmo semelhante ao de uma pessoa que não sofre de DPOC ao mesmo tempo que se previnem agudizações – geralmente infeções que levam ao internamento e até morte em vários casos do doente.
Como forma de prevenção da doença o especialista explica que é essencial que não se desvalorizem as doenças ou infeções respiratórias, tanto na infância e na juventude como na idade adulta, nem a tosse com expetoração que parece persistir e ainda que se elimine a exposição ao tabaco - sabe-se que 10% a 15% dos fumadores vêm a sofrer de DPOC, sendo os hábitos tabágicos responsáveis por 90% dos casos desta doença – e reduza a exposição a ambientes poluídos e empoeirados sem proteção adequada.
É importante, destaca o especialista, que os ex-fumadores e mesmo os fumadores passivos se lembrem de que os efeitos do tabaco ficam nos pulmões, para sempre.