O excesso de peso durante a adolescência é um forte desencadeador de doenças no fígado na vida adulta. A conclusão é de um estudo sueco, publicado na revista Gut e divulgado no The New York Times.
De acordo com a investigação – que analisou 1.2 milhões de pessoas entre os 17 e os 19 anos, acompanhando-as entre 1669 e 1996 -, quanto maior for o índice de massa corporal (IMC) na adolescência, maior é a probabilidade da pessoa sofrer de algum problema hepático na vida adulta, tendo os investigadores diagnosticado 251 casos de cancro do fígado e 5,281 casos de doenças severas neste órgão.
De acordo com o estudo, ter um IMC entre os 22.5 e os 25 aumenta o risco de problemas hepáticos em 17% quando se compara com as pessoas cujo IMC está entre os 18.5 e os 22.5, valores considerados normais e saudáveis.
Já as pessoas com um IMC entre os 25 e os 30 (valores que levam já a uma classificação de obesidade) apresentam um risco maior na ordem dos 49% quando colocadas lado a lado com as pessoas saudáveis. O IMC acima de 30 representa o dobro do risco de doenças hepáticas, diz a publicação.
Embora os autores do estudo (da Karolinska University Hospital e da Lund University) salientam que ainda não é clara a relação entre os dois fatores (excesso de peso na adolescência e doenças hepáticas na vida adulta), defendem que é necessário aprofundar o tema, até porque conseguiram detetar ainda um maior risco de diabetes tipo 2 nos adolescentes com peso a mais.