Sentir dor é uma experiência desagradável e que, por norma, afeta qualquer indivíduo, podendo ser sintoma de uma doença ou mesmo, em casos crónicos, ser a própria doença, tendo um impacto negativo na qualidade de vida e comprometendo a execução de funções no trabalho e na vida pessoal.
De tão relevante, a dor interfere até mesmo na economia de um país, tanto pela baixa produtividade no trabalho, como pelas faltas e até mesmo pelos gastos que o tratamento implica.
Para mostrar como a dor é muito mais do que uma sensação, o médico Claudio Corrêa, reuniu 10 tópicos que podem ajudar tanto médicos, como pacientes a perceber mais sobre o tema:
1 – A dor, por si só, é um sinal vital que nos avisa de que algo no organismo não está bem, podendo mesmo ser o sintoma mais rápido de entender em casos de ataque cardíaco, por exemplo;
2- Há dois tipos de dor: crónica e aguda. A dor aguda pode ter duração de até três meses, sendo o sintoma de alguma doença que pode ser tratada. Já a dor crónica é aquela que tem duração de mais de três meses, podendo mesmo 'arrastar-se' para a toda a vida;
3- A dor física, quando crónica, pode desenvolver componentes emocionais que a agrava, como a ansiedade e a depressão, que também precisam de tratamento;
4- A dor é difícil de ser quantificada, especialmente se considerarmos pessoas de perceções e expressões diferentes. Mas, é possível medir a sua intensidade por meio de alguns elementos simbólicos de escala, como faixas que sinalizam números de 0 a 10, cores que vão da mais clara para a mais escura, de rostos que vão da felicidade a grande tristeza, etc. Palidez, suor, alteração da pressão arterial também se podem manifestar durante crises mais fortes;
5- O tratamento da dor é mais efetivo quando é multidisciplinar, ou seja, quando envolve profissionais de diversas especialidades, como médicos, fisioterapeutas e psicólogos, que integram diferentes terapias complementares para o melhor atendimento das necessidades de cada paciente;
6- Existem pessoas que não sentem dor e, embora pareça algo bom, na verdade não é. Trata-se de uma doença chamada de 'analgesia congénita' e que pode resultar em consequências graves, já que o individuo não tem a capacidade de perceção da dor diante de lesões graves, como quebras ou queimaduras, que, sem tratamento, podem evoluir para quadros inflamatórios e infecciosos fatais;
7- A dor pode sofrer interferências conforme a mudança de clima, especialmente em quedas de temperaturas de quentes para muito frias. As crises também podem ser desencadeadas com traumas emocionais;
8- A automedicação, além de mascarar e dificultar o diagnóstico de doenças, pode ainda levar a que a dor fique 'viciada' nos fármacos, sendo preciso tomar cada vez mais;
9 – Atividades físicas bem orientadas e a manutenção das atividades intelectuais ajudam as pessoas a enfrentar melhor os quadros dolorosos e a manter uma vida com mais qualidade;
10 – Sentir dor pode ser comum, mas não é normal, por isso é importante pedir ajuda.