A peça caraterística dos mimos rapidamente foi dominado pelas francesas, referenciadas pela boina vermelha, camisola riscada e calças cigarette. Como em tudo, a elegância das mulheres de França provaram ser este um acessório em que vale a pena apostar – é mais prático (e menos chamativo) que um chapéu de feltro de aba larga e dá ao outfit o toque que (quase) qualquer chapéu é capaz de dar.
Na roda vida que é o ciclo da moda, 2018 anuncia-se como o ano em que as boinas regressam, compondo inúmeros looks de street style, bem como de celebridades e coleções de designers apresentadas em desfiles, como se viu em Dior, na coleção apresentada para a estação passada, onde as modelos usaram boinas de couro (e que Rihanna, Kendal Jenner, Bella Haddid, entre outras celebridades adotaram quase de imediato).
Ainda que haja tendências que regressem com a simples justificação de que ‘a moda é cíclica’, há casos em que se nota uma intenção por detrás de cores, acessórios, padrões ou prints.
Exemplo disso é a estilista britânica Vivienne Westwood, que marca as suas coleções com mensagens políticas. Na coleção para homem que apresentou no início deste ano em Londres, por exemplo, a designer e ativista apresentou um filme onde modelos repetiam a mensagem ‘don’t get killed’ e usavam peças em rosa velho – tom usado por um oficial britânico durante a segunda guerra mundial, para despistar os inimigos em alto mar.
Este é apenas um exemplo que prova que a moda tem, muitas vezes, conceitos políticos e sociais por detrás, que por vezes é adotada por vários criadores, como é o caso da boina, que o site More aponta como referência ao acessório usado por revolucionários como Che Guevara, nos anos 60, ou a organização socialista revolucionária americana, anos mais tarde.
Numa época em que movimentos feministas como ‘Me Too’ ou ‘Times Up’ têm marcado o mundo, seria de esperar que ícones de moda façam por marcar uma posição, como forma de expressar uma opinião ou apoio. Não será também disto que a moda é feita?