O japonês Iwao Hakamada, libertado em 2014 após 45 anos no corredor da morte, pode voltar à prisão depois de um tribunal ter revertido a decisão de revisão do seu caso, o que lhe havia garantido a suspensão temporária da pena.
Hakamada, recorde-se, é um ex-lutador de boxe de 82 anos, com uma doença mental, e que foi condenado à pena de morte em 1968, acusado de ter assassinado o presidente da empresa onde trabalhava, a esposa deste e os seus dois filhos, dois anos antes, em 1966.
Um tribunal do distrito de Shizuoka, no centro do Japão, determinou a revisão do seu caso em 2014 depois de analisar provas de ADN apresentadas pela defesa do condenado. Podendo ser declarado inocente, o juiz considerou que a sentença deveria ser imediatamente suspensa.
De acordo com o Guardian, o tribunal superior de Tóquio anulou essa decisão, esta segunda-feira, não concedendo credibilidade às provas apresentadas pela defesa, que apontavam para que a polícia tivesse falsificado as provas inicias, que levaram à condenação de Hakamada.
Hakamada, que se acredita ser o homem que mais tempo passou no corredor da morte, em todo o mundo, sempre se declarou inocente do crime e várias organizações humanitárias denunciaram que a investigação do caso estava rodeada de todo o tipo de irregularidades. O detido dizia ter sido coagido pela polícia a reconhecer a autoria do crime.