O Boeing 757, que aterrou na madrugada de sábado no aeroporto Nelson Mandela, na cidade da Praia, é dos primeiros aviões adquirido em regime de lease operacional de longo termo, segundo informou, em comunicado, a empresa.
Os contratos de lease operacional dão ao locador a opção de compra do aparelho no final do contrato.
Segundo a Cabo Verde Airlines, o avião entrará em operação imediatamente após as últimas verificações obrigatórias para a operação comercial.
"A companhia está a trabalhar para brevemente retomar a estabilidade operacional, adquirindo mais um avião em 'wet lease' (aluguer de avião com tripulação) previsto para operar a partir desta segunda-feira", afirma a empresa.
A Cabo Verde Airlines, companhia pública de aviação cabo-verdiana, estava sem aviões desde o início de julho, na sequência do fim do contrato de gestão com a Icelandair, o que levou ao cancelamento de mais de 50 voos e afetou mais de 7.500 passageiros.
"A proteção aos passageiros lesados em todos os países pelos cancelamentos irá continuar, estando a companhia a acarretar com todos os custos adicionais que incluem deslocação e transporte, bem como o alojamento, refeições e a viagem, segundo as regras internacionais", explicou.
A Cabo Verde Airlines está em processo de reestruturação, tendo o Governo assinado com o grupo islandês Icelandair um contrato de gestão, de forma a preparar a empresa para a privatização.
O contrato de gestão terminou e o Governo cabo-verdiano estima poder avançar brevemente com a privatização da empresa através da venda direta de 51% a um parceiro estratégico.
A Icelandair tem sido apontada como esse parceiro estratégico, mas a empresa ainda não divulgou se vai avançar para o negócio.
Com um passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros, a companhia, que mudou a sua base operacional da capital cabo-verdiana para a ilha do Sal, assegura agora apenas as ligações internacionais, depois de ter sido cedido à Binter Cabo Verde o mercado doméstico.
O processo de privatização da TACV prevê a venda total da empresa, reservando 51% do capital para um parceiro estratégico, 39% das ações para investidores institucionais e 10% para emigrantes e trabalhadores.