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Brexit: Livro Branco britânico suscita "uma série de questões"

O Livro Branco britânico sobre as futuras relações com a União Europeia (UE) pós-'Brexit' levantou "uma série de questões" no plano económico, admitiu hoje em Bruxelas o negociador-chefe comunitário.

Brexit: Livro Branco britânico suscita "uma série de questões"
Notícias ao Minuto

16:23 - 20/07/18 por Lusa

Mundo Michel Barnier

"Sobre a futura parceria económica, o Livro Branco suscita três séries de questões", precisou Michel Barnier numa intervenção no final do Conselho de Assuntos Gerais da UE, celebrado hoje em Bruxelas.

O negociador principal do bloco comunitário para o 'Brexit' mostrou-se apreensivo com a operacionalidade das propostas britânicas, e com a sua compatibilidade com os princípios da negociação estabelecidos pelos europeus.

No recém-publicado Livro Branco, que regerá as relações futuras de Londres com Bruxelas, o Governo de Theresa May propõe essencialmente a criação de uma área de comércio livre de bens, que garanta a continuação de trocas comerciais sem atrito nas fronteiras.

"O Livro Branco é fruto de um intenso debate interno no Reino Unido, que era necessário", observou Barnier, antes de enumerar os três conjuntos de questões levantadas pelo texto.

O negociador francês expôs as suas dúvidas sobre se a proposta britânica respeita a integridade do Mercado Único, da União Aduaneira, e da política comercial comum da UE.

"A nossa responsabilidade é proteger o mercado único da UE e os consumidores, sobretudo no contexto atual", insistiu.

Barnier, que na quinta-feira se encontrou pela primeira vez em Bruxelas com o novo ministro britânico para o 'Brexit', Dominic Raab, sublinhou a complexidade das ideias de Londres, nomeadamente no domínio aduaneiro, uma vez que o Governo britânico propõe aplicar duas tarifas na fronteira consoante os produtos se destinem ao seu mercado ou ao da UE.

"Como é que os serviços aduaneiros poderão verificar o destino final do bem? Não há um risco maior de fraude?", interrogou.

O negociador comunitário estimou ainda que as propostas britânicas podem constituir "uma concorrência desleal" às empresas da UE.

O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do 'Brexit'.

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