Uma menina de dez anos morreu na passada quarta-feira em Dhusamareb, na Somália, depois de ter sido submetida a um procedimento de mutilação genital. A BBC refere que a menina morreu dois dias depois da circuncisão devido à quantidade de sangue que perdeu. Mas apesar de a sua filha ter morrido, o pai da criança defendeu publicamente esta prática.
O homem disse ao Voice of America que as pessoas daquela cidade “estão contentes” com a mutilação genital feminina, apesar dos riscos que comporta. O pai da menina acrescentou que a prática faz parte da “cultura” somali.
Abdirahman Omar Hassan, diretor do hospital Hanano, onde a criança foi assistida, disse ao Voice of America que nunca viu ninguém que “tivesse sido mutilada daquela forma”.
O médico revelou ainda que a jovem tinha contraído tétano devido ao equipamento não esterilizado que foi usado na mutilação.
A constituição da Somália proíbe a mutilação genital feminina, mas não a criminaliza. Segundo os dados da Unicef, 98% das raparigas e das mulheres na Somália foram submetidas à mutilação genital.