Quatro paramédicos norte-americanos foram ouvidos esta terça-feira em tribunal após serem acusados de racismo e preconceito por não terem prestado socorro a uma mulher negra em perigo de vida.
A mãe de Crystle Galloway – a vítima, de 30 anos de idade, que acabou por morrer – acusa os médicos de terem assumido que a sua família não tinha como pagar a ambulância, tendo negado este serviço à sua filha.
Crystle foi levada para o hospital pela mãe, no passado dia 4 de julho, tendo entrado em coma após um alegado AVC (acidente vascular cerebral). Viria a morrer cinco dias depois. Alguns dias antes do ataque, a mulher tinha dado à luz.
Nicole Black, a mãe, explicou à BBC que chamou a ambulância quando viu a filha caída na banheira. Os paramédicos, lembrou, perguntaram várias vezes à filha se queria ir ao hospital: “Ela implorava que sim”.
Ainda assim, colocaram-na dentro do carro, que depois foi guiado pela mãe. Nicole indicou que os profissionais de saúde nunca lhe mediram a temperatura nem lhe aferiram os sinais vitais.
“Eles estavam demasiado ocupados a convencer-nos de que ela não poderia pagar [o transporte]. Fizeram referência a coisas como ‘Não acabou de ter um bebé? Quer mesmo pagar 600 dólares para fazer três quarteirões? Esteve a beber? Estiveram a celebrar o feriado?’”, explicou Nicole Black.
As autoridades do condado de Hillsborough, na Flórida, já vieram a público assumir responsabilidade no caso, dizendo que os “paramédicos falharam a auxiliar devidamente” a mulher.
Entretanto, as autoridades esclareceram também que os paramédicos entregaram um relatório falso, onde indicaram que não encontraram a vítima.
Crystle Galloway deixa dois filhos, um deles recém-nascido.