Confrontos entre polícia e manifestantes no Parlamento de Barcelona

Manifestação que assinala primeiro aniversário do referendo da independência na Catalunha, que foi ilegalizado, resultou em confrontos com a polícia catalã.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
01/10/2018 22:18 ‧ 01/10/2018 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Mundo

Espanha

A polícia urbana de Barcelona carregou, esta segunda-feira, sobre os manifestantes que se encontravam reunidos em frente ao Parlamento catalão e à sede da Polícia Nacional, no âmbito das marchas para assinalar o primeiro aniversário do referendo da independência na Catalunha, que foi ilegalizado.

A polícia regional carregou primeiro sobre as centenas de pessoas que se tinham concentrado junto à sede da Polícia Nacional e, depois, contra as que estavam perante o parlamento.

Os Mossos d'Esquadra alertaram, primeiro, os manifestantes que estavam concentrados para que dispersassem, apelando para que parassem de arremessar objetos contra os edifícios e os agentes policiais que estavam no local.

Na concentração junto à sede da Polícia Nacional, os manifestantes arremessaram objetos e tinta contra os agentes que estavam no local, enquanto no parlamento da Catalunha tentaram retirar as vedações de proteção e entrar no edifício, mas foram impedidos pela polícia.

Utilizando equipamentos antimotim, os agentes conseguiram dispersar as pessoas que estavam concentradas em ambos os locais, depois do final da manifestação que assinalou o primeiro aniversário do 'referendo 1-O', marcado pela vitória do 'Sim' à independência da Catalunha.

O ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, já recorreu às redes sociais para reagir, indicando que "quem está encapuzado" e "quem usa da violência" não pertence à manifestação do 'referendo 1-O'.

Milhares de estudantes das universidades e das escolas secundárias da Catalunha manifestaram-se esta tarde no centro de Barcelona para pedir "a validação do resultado do referendo" unilateral sobre independência de 1 de outubro do ano passado.

A polícia urbana da capital da Catalunha estimou em 13 mil o número de pessoas presentes, enquanto os organizadores referiram a participação de 50 mil manifestantes.

Na cabeça da manifestação esteve uma das urnas utilizadas no referendo do ano passado e um grande cartaz a dizer: "Nem esquecimento nem perdão".

Os estudantes também reclamaram "o regresso dos exilados e a liberdade dos presos políticos", e criticaram a ação da polícia regional (Mossos de Esquadra) no passado sábado, quando dispersaram uma manifestação de independentistas.

Já ao início da manhã desta segunda-feira, ativistas separatistas bloquearam autoestradas, linhas de caminho de ferro e várias artérias da cidade de Barcelona, para assinalar o primeiro aniversário do referendo de autodeterminação ilegalizado.

Ao longo de todo o dia ocorreram inúmeras ações dos movimentos separatistas para assinalar o 1 de outubro de 2017, exigindo a criação de uma República catalã independente e a libertação do que chamam "presos políticos".

Os independentistas reclamam há muito tempo um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque (Canadá) ou na Escócia (Reino Unido).

No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se esta for realizada a nível nacional.

O Governo regional liderado por Carles Puigdemont, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo em 01 de outubro de 2017, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.

O processo de independência foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma.

As eleições regionais, que se realizaram em 21 de dezembro último, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.

Nove dirigentes independentistas estão presos à espera de julgamento por delitos de rebelião, sedição e/ou peculato pelo seu envolvimento na tentativa separatista falhada.

Os independentistas consideram que os detidos em prisões espanholas pelo seu envolvimento na tentativa de autodeterminação são "presos políticos".

O principal líder separatista, o ex-presidente da Generalitat (executivo regional) Carles Puigdemont vive exilado na Bélgica, depois de a Justiça espanhola não ter conseguido a sua extradição da Alemanha, para ser julgado por crime de rebelião.

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