Num relatório entregue ao juiz Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal brasileira revelou ter encontrado indícios de que Michel Temer terá cometido crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Mas, reporta o G1, não é apenas o presidente brasileiro que está indiciado. Outras dez pessoas, entre as quais a sua filha, Maristela Temer, e o coronel João Baptista Lima Filho, seu amigo, também estão incluídas no rol de suspeitos.
No documento, o juiz informa a Procuradoria Geral da República (PGR) que, "de acordo com o relatório [da polícia federal], foram produzidas, no âmbito do inquérito, provas de naturezas diversas que incluíram colaborações premiadas [colaboração com à Justiça em troca de redução da pena], depoimentos, informações bancárias, fiscais, telemáticas e extratos de telefone, laudos periciais, informações e pronunciamentos do Tribunal de Contas da União".
O juiz acrescentou que foram apurados factos que envolvem subornos em espécie, subornos dissimulados em doações eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interpostas pessoas - físicas e jurídicas -, atuação de empresas de fachada e contratos fictícios de prestação de serviços.
Além de encaminhar os documentos produzidos pelas autoridades policiais, o juiz do STF pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso, que terá 15 dias para se pronunciar sobre uma possível denúncia contra os acusados.
Face às circunstâncias, a Polícia Federal já deu indicação para que os bens dos suspeitos fossem bloqueados.
Saliente-se que o referido relatório foi enviado no âmbito de um inquérito onde se pretendia apurar se Temer editou o decreto dos portos para favorecer empresas específicas que atuam no setor, apesar de este sempre ter negado.