A agência publicou um relatório regional sublinhando que o progresso na luta contra a desnutrição estagnou na região.
Entre 2015 e 2017, havia uma média de 14,3 milhões de adultos e 4,7 milhões de menores que passavam fome, dos quais 6,4 milhões de adultos e dois milhões de crianças eram habitantes da União Europeia (UE).
O número de pessoas com insegurança alimentar grave representa 2,1% da população de toda a região e 1,6% da população da UE, uma percentagem muito inferior aos 9,2% de média no mundo, embora persistam países com altos níveis de fome e desnutrição na Ásia Central e nos Balcãs.
Na Ásia Central, o número de pessoas subnutridas aumentou de quatro milhões em 2015 para 4,4 milhões em 2017 (2,6% da população) devido, entre outros fatores, à mudança na situação dos seus migrantes, já que muitos enviam remessas da Rússia, onde nos últimos anos o desemprego e a insegurança laboral cresceram o devido à crise económica, segundo a FAO.
A especialista da FAO Ariella Glinni assinalou no comunicado que se deve "entender melhor" os contextos dos diferentes grupos populacionais e abordar as causas da fome, como a pobreza, a desigualdade social e os conflitos.
A nível regional, 7,3 milhões de mulheres e sete milhões de homens sofriam de grave insegurança alimentar, embora a percentagem de mulheres fosse mais elevada em áreas como o Cáucaso, a Ásia Central e as antigas repúblicas soviéticas da Europa.
No oeste dos Balcãs e na Turquia estão as maiores percentagens de insegurança alimentar grave (6,2% da população) e obesidade adulta (30,1%), segundo dados recolhidos pelo estudo, que recorda que a obesidade adulta foi de 25,4% em 2016 na UE.
O relatório analisou o impacto da migração nas comunidades rurais e na segurança alimentar, detalhando que a Europa e a Ásia Central são a segunda região do mundo que mais recebe migrantes, 78 dos 258 milhões de pessoas que viviam no estrangeiro em 2017.