"A concessão de proteção diplomática no caso de Nazanin significa que o governo britânico reconhece formalmente que o seu tratamento não cumpre as obrigações do Irão à luz o direito internacional e eleva-o ao nível de uma disputa formal entre Estados", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico num comunicado.
"Não tomei esta decisão com ligeireza", declarou Jeremy Hunt, o chefe da diplomacia britânica, citado no comunicado.
Hunt apontou nomeadamente o "tratamento inaceitável" reservado a Nazanin Zaghari-Ratcliffe nos últimos três anos, bem como a "falta de acesso a tratamento médico", explicando que esta decisão "é um passo diplomático importante que indica a Teerão que o seu comportamento é completamente injusto".
"Nenhum governo deveria usar pessoas inocentes como peões para exercer influência diplomática", acrescentou, pedindo a libertação de Nazanin Zaghari-Ratcliffe.
A proteção diplomática é um mecanismo "raramente usado" através do qual um Estado pode requerer a proteção de seus cidadãos "se considerar que os atos de um outro Estado os estão a prejudicar", adiantou o ministério.
Zaghari-Ratcliffe, de 40 anos, foi presa a 3 de abril de 2016 no aeroporto de Teerão com sua filha Gabriella, depois de visitar a família.
A funcionária da Thomson Reuters Foundation, ligada à agência de notícias com o mesmo nome, foi condenada em setembro de 2016 a cinco anos de prisão por participação nas manifestações de 2009 que pretendiam derribar o regime, o que Zaghari-Ratcliffe nega.
A pena foi confirmada em abril de 2017 e o estado de saúde da britânico-iraniana deteriorou-se desde então.