As revistas científicas Journal do Neuroscience e JAMA Pedriatics vão publicar esta quarta-feira dois estudos que relacionam a pobreza às limitações cognitivas das crianças. Segundo o Diário de Notícias, que cita as conclusões dos dois trabalhos, os ambientes mais carenciados são responsáveis por efeitos duradouros e repercussivos no sistema cognitivo das crianças.
A ‘Neurologia da Miséria’ (termo usado pelos investigadores) desvenda os principais impactos que uma infância pobre pode ter para uma criança. Segundo os dois estudos em questão, crescer num clima de miséria tem efeitos negativos no cérebro, sendo o hipocampo a zona mais afectada.
O hipocampo é responsável pelo processamento da memória e pelo sistema auditivo e, revelam os estudos, a pobreza pode causar efeitos a longo prazo nestas áreas, já que as dificuldades auditivas levam a complicações a nível da percepção e compreensão.
Deste modo, o processo auditivo nas crianças que habitam em locais pobres é também mais pobre, justificando, assim, o facto de as crianças mais carenciadas terem dificuldades a nível educacional e escolar.