"Maduro deve perceber que está a cair aos pedaços. Como tenho dito, ele ainda comanda, mas de modo nenhum pode governar", afirmou Mike Pompeo aos jornalistas, durante o voo para a Finlândia, acrescentando que o Presidente eleito já estará a fazer planos para sair de Caracas.
Para o chefe da diplomacia norte-americana, esse abandono deve acontecer "dentro de uma semana ou dentro de um mês".
"Embora Maduro tenha conseguido manter o controlo do exército, foram muitos os soldados que se afastaram deles, incluindo um alto oficial dos serviços de informação, ligado ao Presidente e ao seu antecessor (Hugo Chavez)", disse Pompeo.
Os Estados Unidos têm pedido ao exército venezuelano para retirar o apoio a Nicolas Maduro, para que o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, possa garantir condições para a marcação de "eleições livres e democráticas".
O chefe da diplomacia dos EUA deve discutir hoje a crise política na Venezuela com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, à margem de uma reunião do Conselho do Ártico, em Helsínquia, na Finlândia.
Na semana passada, Mike Pompeo disse que Maduro tinha estado preparado para abandonar a Venezuela, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado por parte da oposição, mas que teria desistido da intenção por influência do governo russo, que o convenceu a permanecer em Caracas.
Sergei Lavrov já desmentiu esta versão e nos últimos dias voltou a acusar os EUA de interferência ilegal na Venezuela, tendo conversado telefonicamente com Mike Pompeo, na passada semana.
Essa conversa antecedeu uma outra reunião telefónica entre os presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente, em que a questão da tentativa gorada de golpe de Estado na Venezuela foi abordada.
Pompeo desvalorizou uma outra reunião, esta presencial, realizada no domingo entre Sergei Lavrov e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, em que o Kremlin terá reiterado o apoio ao Presidente eleito venezuelano.
"Lavrov não se encontrou na verdade com um oficial venezuelano, mas com alguém que é próximo de Maduro, que é um renegado, não o real líder da Venezuela", afirmou Pompeo.