A libertação, após quase três anos de detenção, foi confirmada pelo diretor da Organização Não-Governamental (ONG) Foro Penal Venezuelano, Alfredo Romero, que explicou aos jornalistas que os detidos foram enviados por avião para a cidade de Santo António do Táchira (fronteiriça com a Colômbia).
Segundo Alfredo Romero, a justiça venezuelana "cometeu graves irregularidades processuais neste caso" porque se trata de "simples colombianos", alguns deles radicados há mais de 30 anos na Venezuela, e que foram detidos para "construir" um cenário de agressão internacional contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Os detidos permaneciam presos apesar de, em 2017, um tribunal ter ordenado que fossem libertados.
A libertação teve lugar dias depois de a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michellete Bachelet, visitar a Venezuela, onde se reuniu com representantes do Governo e da oposição, assim como com familiares dos presos políticos.
Entretanto, a representação de Direitos Humanos da ONU na Colômbia publicou uma mensagem no Twitter manifestando que aquele organismo "aplaude a libertação de 59 colombianos detidos arbitrariamente durante quase três anos".
"É um sinal positivo de que o Governo está a cumprir os compromissos que fez no âmbito da visita de Michelle Bachelet", afirmou.
Fontes não oficiais dão conta de que existem atualmente na Venezuela 700 presos políticos, entre os quais o politólogo lusodescendente Vasco da Costa, de 58 anos, que foi detido em abril de 2018.
Segundo a sua irmã, Ana Maria da Costa, Vasco da Costa precisa de uma operação cirúrgica urgente ou pode perder um olho, por falta de cuidados médicos na cadeia onde se encontra.
O lusodescendente foi acusado dos crimes de terrorismo, associação para cometer delito com fins de terrorismo, fabrico ilegal de explosivos para fins terroristas e ocultação de munições, de acordo com a sua irmã.
Vasco da Costa define-se como "contrarrevolucionário, conservador e anticomunista", faz parte do Movimento Nacionalista Venezuelano e do partido Nova Ordem Social, liderado pela lusodescendente Venezuela Portuguesa da Silva, atualmente radicada em Espanha.