O anúncio foi feito hoje numa cerimónia em Lisboa promovida pela Direção-Geral da Saúde.
As três metas definidas pelo programa da Organização das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) indicavam que até 2020 se devia atingir o objetivo de ter 90% das pessoas infetadas por VIH diagnosticadas e que, dessas, 90% estivessem a fazer tratamento e, por sua vez, 90% delas apresentassem carga viral indetetável.
Segundo os dados apresentados hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal atingiu em 2017 a meta dos 90-90-90.
No ano passado, o Ministério da Saúde já tinha anunciado, com base em dados de 2016, que se tinham atingido as duas primeiras metas - 90% dos infetados com diagnóstico e 90% dos infetados a fazer tratamento.
Segundo a DGS, Portugal conseguiu também atingir a terceira meta de 90%, tendo 90% dos doentes em tratamento com carga viral não detetável.
Quando a infeção tem carga indetetável significa que é intransmissível e a pessoa não tem capacidade de contagiar terceiros.
Segundo a diretora do Programa Nacional para o VIH/sida, Isabel Aldir, Portugal tinha em 2017 mais de 92% de pessoas com a infeção já diagnosticada e 90,2% de doentes diagnosticados em tratamento.
Quanto à última meta de 90, os dados oficiais indicam que 93% dos doentes em tratamento tinham o vírus suprimido.
Isabel Aldir destacou que o vírus indetetável é equivalente a ser intransmissível, daí a importância de se atingir esse objetivo.
Os resultados alcançados por Portugal deveram-se a várias políticas de saúde, mas a responsável destacou uma decisão "absolutamente fundamental" tomada em 2015, quando se incluíram todas as pessoas infetadas e assintomáticas em tratamento, independentemente dos valores do parâmetro laboratorial que mostram como o sistema imunitário está afetado.
Para 2030, a ONUSIDA tem metas mais ambiciosas, que passam por elevar os três objetivos a 95%.