A fonte, que falou sob a condição de anonimato e é hoje citada pelas agências internacionais, precisou que o número de militares dos Emirados destacados no território iemenita está a ser reduzido "por razões estratégicas em Hodeida [cidade portuária localizada junto ao mar Vermelho, na região oeste] e "por razões táticas" em outras partes do Iémen.

A decisão "está relacionada essencialmente com a mudança de uma estratégia militar prioritária para uma estratégia de paz prioritária", reforçou o alto responsável.

O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.

Os rebeldes controlam vastas áreas nas regiões oeste e norte do país, incluindo a capital iemenita, Sanaa.

Desde março de 2015, as forças governamentais são apoiadas por uma coligação militar internacional árabe, cujos principais pilares são a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

As forças dos Emirados "saíram completamente" da base militar de Khokha, a cerca de 130 quilómetros a sul do porto de Hodeida, que ainda está sob o controlo dos Huthis, indicou, por sua vez, um responsável governamental iemenita em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP).

Mas, segundo indicou o mesmo responsável, as tropas dos Emirados ainda prosseguem com as operações militares ao longo da costa ocidental do Iémen, ao lado das forças governamentais iemenitas e dos outros parceiros da coligação internacional.

O porto de Hodeida é crucial para as importações e para a chegada da ajuda internacional para o Iémen, onde milhões de pessoas continuam ameaçadas pelo flagelo da fome.

As tropas dos Emirados Árabes Unidos saíram também de um posto militar em Sarwah, na província de Marib (a leste da capital iemenita), e retiraram o seu sistema de antimísseis Patriot daquela região, acrescentou a mesma fonte iemenita, que também falou sob a condição de anonimato.

O conflito no Iémen já matou dezenas de milhares de pessoas, incluindo numerosos civis, segundo diversas organizações humanitárias presentes no terreno.

A guerra causou ainda 3,3 milhões de deslocados e uma das maiores crises humanitárias no mundo, de acordo com a ONU, que indica que pelo menos 24,1 milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da população iemenita, precisam de assistência.