Os restos mortais dos combatentes japoneses foram exumados do cemitério militar de Maynamati, perto de Comilla (leste), onde estão enterrados mais de 700 soldados de várias nacionalidades que morreram em combate.
"Os soldados japoneses foram tratados no hospital de campanha de Maynamati, antes de sucumbirem aos ferimentos", disse Hillol Sattar, diretor nacional no Bangladesh da Comissão dos Cemitérios de Guerra da Commonwealth, que gere o cemitério, citado pela agência francesa AFP.
A Associação Japonesa para a Recuperação e Repatriamento das Vítimas de Guerra, um organismo público, está a organizar o trabalho de recuperação para devolver os mortos a Tóquio, disse a embaixada do Japão em Daca num comunicado.
A organização procura devolver os restos mortais dos japoneses mortos na guerra, especialmente das regiões que foram objeto de combates pesados, incluindo Filipinas, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Indonésia e Myanmar (antiga Birmânia).
O Japão lutou na China e na então Birmânia contra as forças aliadas e tentou invadir a Índia, que estava sob domínio britânico.
O Bangladesh fazia então parte da Índia, da qual se separou quando o domínio imperial britânico terminou em 1947.
A guerra terminou em agosto de 1945, depois de os Estados Unidos terem lançado duas bombas nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
A primeira etapa do trabalho é a identificação formal dos corpos, disse à AFP o coronel reformado do exército do Bangladesh Sajjad Ali Zahir, um dos oito membros da equipa de exumação.
"Os restos mortais serão submetidos a testes de ADN e, uma vez concluído o processo, as autoridades entregá-los-ão às famílias", disse Zahir, referindo que serão enterrados no Japão "com honras militares".
Oito décadas depois, os restos mortais, em que se incluem esqueletos completos e "fragmentos de crânio e ossos", estão num "estado extremamente frágil", acrescentou.
Daca e Tóquio mantêm relações comerciais estreitas.
O Japão manifestou recentemente apoio ao governo provisório do Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, constituído em agosto após a queda do regime autocrático de Sheikh Hasina.
Tóquio apelou para uma "transição política pacífica e democrática" no Bangladesh.
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