"O Governo devia agir perante a situação antes que se perdesse o controlo, depois de já ter advertido, por numerosas vezes, que as pessoas não se devem servir da religião para não respeitar as leis", declarou o Presidente num comunicado.
Um jornalista nigeriano baleado na segunda-feira durante uma manifestação da minoria xiita em Abuja morreu durante a noite, anunciou no dia seguinte a empresa onde trabalhava, elevando para oito o balanço de vítimas mortais.
"Precious Owolabi morreu", anunciou, em comunicado, a cadeia de televisão Channels, onde o jovem de 23 anos trabalhava.
"O jovem foi baleado quando fazia a cobertura dos confrontos entre a polícia e manifestantes xiitas em Abuja", acrescenta o comunicado.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas apelou às autoridades nigerianas para que abram uma investigação para determinar o responsável pela morte do repórter.
Pelo menos seis membros do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN), uma organização xiita radical do norte da Nigéria, e um polícia foram também mortos na manifestação.
"A manifestação era pacífica, mas a polícia começou a aparecer em grande número e a lançar gás lacrimogéneo e os manifestantes ripostaram com 'cocktails Molotov' e atearam fogo a carros dos bombeiros", segundo um jornalista da agência France Presse no local.
De seguida, a polícia começou a disparar balas reais e os jornalistas no local contaram seis manifestantes e um polícia caídos por terra.
O porta-voz do IMN, por seu lado, estabeleceu o balanço em onze mortos entre as suas fileiras.
"Um grande número de pessoas foi atingido. Posso confirmar 11 mortos e 30 feridos", disse Ibrahim Musa, adiantando que a polícia recolheu os corpos.
A Amnistia Internacional apelou, na segunda-feira, às autoridades para que acabem com o uso de violência na repressão das manifestações.
"As forças de segurança disparam balas reais contra as pessoas que exercem apenas a liberdade de expressão", lamentou a organização de defesa dos direitos humanos.
Os militantes do IMN manifestam-se quase diariamente nas ruas de Abuja para pedir a libertação do seu líder, Ibrahim Zakzaky, preso desde dezembro de 2015.
O movimento, que conta com milhares de simpatizantes, contesta há anos as autoridades nigerianas e as suas manifestações são frequentemente reprimidas de forma violenta.